O crescimento do número de casos de Covid-19 registrados no Norte de Minas tem preocupado a Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (Amams). A entidade quer que as autoridades intensifiquem a fiscalização de veículos clandestinos que têm chegado à região em horários não convencionais, vindos principalmente de São Paulo trazendo pessoas que estão retornando às cidades de origem.

Normalmente são vans e ônibus clandestinos que chegam à região pela madrugada, utilizando inclusive atalhos para evitar a fiscalização. Um documento está sendo elaborado pela entidade para cobrar ajuda ao governo do Estado. A Amams busca uma fiscalização intensiva em pontos estratégicos como as pontes sobre os rios das Velhas e Jequitinhonha, as BRs 135 e 365 e a rodovia que dá acesso ao Vale do Jequitinhonha, na estrada de Olhos D’Água.

O temor da entidade é que pessoas que estão retornando para o Norte de Minas possam estar contaminadas com o novo coronavírus, o que já teria acontecido em municípios como Espinosa e São João do Paraíso. O alerta já havia sido feito pela Amams em março, considerando que a região é o segundo maior entroncamento rodoviário do Brasil, ligando o Nordeste ao Sudeste brasileiro, com fluxo de 15 mil veículos pesados por dia.

Só em Montes Claros já são 57 casos confirmados da doença, com 16 internações. Para tentar conter a disseminação da doença, o município já instalou barreiras sanitárias, que obrigam as pessoas que chegam à cidade e apresentem sintomas gripais a ficarem em isolamento por 14 dias. Caso não apresentem, o período é reduzido para sete dias.

Minas Gerais conta atualmente com 7,5 mil notificações de casos de Covid, mas existe uma grande subnotificação devido à falta de testes para a comprovação da doença, o que poderia elevar esse contingente de pessoas para 82,5 mil. Essas dificuldades em conseguir mapear com agilidade acabam comprometendo a adoção de ações de combate à pandemia. Dessa forma, todas as medidas que estão sendo adotadas não só pelo Norte de Minas, mas por outras regiões do Estado, são de extrema importância neste momento para conter a proliferação do vírus.

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