Moradores de Montes Claros que dependem do transporte coletivo têm enfrentado um verdadeiro caos com a falta de veículos, constantes atrasos nas rotas e a superlotação, principalmente em horários de pico, elevando ainda o risco de contágio pela Covid-19. Além disso, a população é obrigada a ficar em longas filas e não há o distanciamento mínimo de segurança entre um passageiro e outro para evitar a disseminação da doença.
Moradores de um bairro já enviaram um abaixo-assinado com 935 assinaturas de pessoas insatisfeitas com o transporte e solicitaram providências ao chefe do Executivo municipal, mas, até agora não conseguiram uma solução para o problema. Em alguns casos, os passageiros relatam que há atrasos dos veículos superior a uma hora.
E como diz um velho ditado, “não há nada tão ruim que não possa piorar”. Os pedidos dos passageiros estão longe de serem atendidos. Pelo contrário, o serviço pode apresentar ainda mais limitações. Essa é a posição da concessionária responsável pela prestação do serviço em Montes Claros.
A MocBus já descartou um possível aumento no número de carros e afirma que manter os serviços com a atual receita é praticamente impossível. Atualmente, 136 veículos circulam pela cidade. E a empresa alega que, devido à pandemia do novo coronavírus, já está arcando com um prejuízo de R$ 4 milhões e que o movimento de passageiros registrou uma queda de 70% de março até agora. A MocBus garante que se não houver um entendimento com a prefeitura, só conseguirá rodar por mais 15 dias.
No último fim de semana, alguns ônibus já deixaram de circular devido à falta de combustíveis. Para tentar minimizar a situação, a empresa fez ontem uma reunião com representantes da Justiça e do Ministério Público para tentar um equilíbrio das contas. Mais uma vez, é no bolso do consumidor que as contas da má gestão pública explodem. Cabe à prefeitura e às autoridades locais buscarem um consenso para garantir sobrevida à empresa e minimizar os impactos para os passageiros.