Em tempos de chuva, quando as enchentes tomam as manchetes, é comum que os duros tempos de seca fiquem apenas como uma leve lembrança. A escassez de água, grande desafio para a sobrevivência humana e animal, sobretudo no norte e nordeste do Estado de Minas Gerais, onde a estiagem é prolongada, dá lugar ao excesso de água.
Mas é preciso que a seca permaneça viva, principalmente em tempos de abundância, para que a água que cai do céu possa ser bem aproveitada. Uma alternativa que sempre deu certo foi a construção de barragens abertas ou subterrâneas.
A técnica desta última é relativamente simples. Consiste em captar e armazenar a água da chuva em pequenas valas abertas até a parte impermeável do solo. Depois cobre-se com lonas, terra e vegetação rasteira. Já as barragens abertas são depósitos de água bem maiores com a finalidade de abastecer grandes áreas povoadas ou a atividade agropecuária.
Há mais de quatro séculos as barragens vêm propiciando enormes benefícios. É um investimento tanto financeiro quanto humano e ambiental que vale pelo retorno que dá, pois sem dúvida são ferramentas que temos à mão para que estas regiões possam se resguardar para os tempos em que as chuvas ficam escassas, pois só assim, conseguirão fazer o enfrentamento da seca sem que percam o cultivo ou morram os animais.
Além de garantir fartura em tempos de seca, as barragens são importantes instrumentos de desenvolvimento, por propiciarem a geração de energia hidrelétrica. Além disso, regulam as cheias, o que beneficia diretamente a irrigação. Isso significa mais produção e, portanto, mais fartura para a mesa dos brasileiros e mais dignidade para o homem do campo.
Que as barragens passem, então, a fazer parte de políticas públicas para o enfrentamento da seca em todo o Brasil, que hoje têm nos poços artesianos a única alternativa. As barragens, além de alternativa mais viável, são muito mais benéficas, já que ao invés de retirarem água do solo, acumulam a água que chega gratuitamente das nuvens.