A pandemia vai ser, sem dúvida, um fator que terá muita influência na escolha dos novos gestores municipais, se tornando um critério de exclusão. Certamente, o eleitor irá avaliar a capacidade de planejamento e execução de ações que visavam proteger a população da Covid-19. A eficiência das ações provavelmente será um dos critérios utilizados para saber da capacidade de quem vai comandar o município nos próximos quatro anos.
Se a pandemia impôs desafios imediatos, como a urgência em melhorar a estruturação da rede pública de saúde e premente necessidade de uma vacina, os desafios do pós-pandemia não serão em nada menores. Por isso, a importância de o eleitor analisar com cuidado não apenas as propostas apresentadas por aqueles que querem comandar a cidade, mas, sobretudo, a capacidade de cada um de fazer o município enfrentar os desafios da criação de mais postos de trabalho, da segurança para o retorno das aulas presenciais, a ampliação das vagas em escolas públicas e em creches, já que a perda do poder econômico levou inúmeras famílias a migrarem da rede particular para a rede pública de educação e, ainda, permanecer atento para garantir segurança para todos aqueles que não podem deixar de trabalhar.
Aqueles gestores que não deram conta de proteger a sociedade de forma eficiente durante os tempos de pandemia, que não foram capazes de dar condições ao sistema público de saúde de atender a população, promovendo o trancamento das pessoas em suas casas e, mais do que isso, que não demonstraram competência para proteger, prioritariamente, a saúde do cidadão e, ao mesmo tempo, criar mecanismos eficientes que evitassem a derrocada da economia local, que levou um sem número de pais e mães de família a perderem o emprego e, por consequência, perderem a dignidade e a capacidade de sustentar a si e a seus familiares, se estiverem em busca da reeleição precisam ser analisados e avaliados nesta perspectiva.
Quem não se comprometeu com o cidadão, que não se sensibilizou com a situação de quem estava perdendo a saúde, o emprego ou, ainda, o negócio construído a duras penas, merece a chance de conduzir o município no pós-pandemia? Quem não foi gestor na pandemia, será gestor na pós-pandemia? Essa é a pergunta que não deve calar...