Alerta vermelho
Com o agravamento da pandemia de Covid-19 em Minas, a situação da estrutura hospitalar fica cada vez mais preocupante. Painel de Monitoramento da Secretaria de Estado da Saúde aponta que em sete das 14 macrorregiões, nas quais o Estado é dividido pela Pasta, a ocupação de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) do Sistema Único de Saúde (SUS) é superior a 90%. Tal índice, no entanto, inclui não somente pacientes da Covid-19, mas também com outras patologias, o que configura um quadro de colapso no sistema. Nas regiões Sudeste e Noroeste, os índices chegam a 92% e 91,2%, respectivamente. Em relação às internações provocadas pela Covid-19, o maior percentual foi verificado no Leste do Estado (34,2%). Juntas, as sete microrregiões contemplam 329 municípios (38,6% dos 853 do Estado) e uma população estimada em 6.433.939 habitantes, ou 31,5% do total. Em Montes Claros, o quadro chegou também perto do colapso. Na última terça-feira, a taxa de ocupação de leitos de terapia intensiva estava em 97%, o que deixou a população e especialistas da área de saúde em alerta. O alívio veio com o anúncio do credenciamento de 74 novas unidades que, somadas às 75 já existentes, totalizam 149 UTIs na cidade para atender a região. A notícia é boa, é um alento, mas não tira da população a necessidade de continuar com os cuidados de prevenção. Pelo contrário, os números mostram que chegar à saturação é muito fácil e rápido e que é essencial evitar a necessidade de procurar uma unidade de saúde. Especialistas avaliam que nas regiões onde o colapso do sistema hospitalar é iminente, o ideal seria que os municípios apostassem em um lockdown, com a suspensão total das atividades, para tentar barrar o aumento do contágio pela Covid e minimizar os impactos na rede de hospitais. Hoje, o comércio de Montes Claros entra na quarta etapa da flexibilização. No entanto, para que haja um continuidade deste processo de retomada das atividades, é necessário que a população continue colaborando e não baixe a guarda com relação às medidas de higienização e de isolamento social. Afinal, ninguém quer ser testemunha de um retrocesso.