Dezembro é tempo de festejos, de brindar a vida e o ano que chega ao fim. Mas é também tempo de conscientização como lembra a campanha “Dezembro Vermelho”. Criada para lembrar à sociedade que a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, a famosa Aids, ainda é realidade, a campanha não apenas traz informações sobre a importância do tratamento precoce, mas tem por objetivo levar ao conhecimento da sociedade como se evitar o contágio.
Embora HIV e Aids não sejam a mesma coisa, posto que a primeira significa que a pessoa tem o vírus, mas não a doença, e a segunda indica a manifestação da doença, propriamente dita, com todas as suas consequências, não é possível dissociá-las quando se trata de proteção, pois nunca se sabe quem vai ser escolhido para ser soropositivo e quem vai desenvolver a doença.
Outro fato que tem relação com essa diferença de “status” e que traz consequências desastrosas é que muitos soropositivos vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença, tornando-se, muitas vezes, um perigo ambulante, pois podem transmitir o vírus a outras pessoas pelas relações sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento de seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e amamen-tação, sem terem consciência disso. Por isso, fazer o teste com frequência é uma proteção e uma questão de saúde pública.
E, ao contrário do que se imagina – até mesmo em função do avanço no tratamento –, os casos não se tornaram escassos. Dados do Ministério da Saúde indicam que em 2019 foram diagnosticados 41.919 novos casos de HIV e 37.308 novos casos de Aids no país.
Esses números poderiam ser bem menores se a população, sobretudo os mais jovens, se prevenisse como deveria, já que a maior concentração de casos de Aids no país está entre jovens entre 25 e 39 anos. Talvez pelo desconhecimento do estrago que a doença pode fazer na vida de quem tem a síndrome, esse público tem deixado de se proteger.
Portanto, mais do que promover a campanha “Dezembro Vermelho”, é preciso intensificar as informações sobre a Aids, durante todo o ano, para este público e, sobretudo, mostrar a ele que é possível se divertir com maturidade e bom-senso.