Acabo de participar de uma maravilhosa e emocionante sessão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, quando meu filho e mais alguns desembargadores receberam o Colar do Mérito Judicial, concedido àqueles que lutam pela Justiça e chegam ao ápice do seu trabalho de muitos anos em prol dessa causa, tornando-se merecedores de tal comenda.
Ao ser convidada para colocar o colar no meu filho ao lado de sua esposa Liliann, fui tomada de forte emoção, por Deus ter me permitido viver aquele momento. Depois dos cumprimentos de praxe, nós da família fomos conhecer as dependências do Tribunal: a sala de julgamentos e o gabinete do meu filho Desembargador. Nessa caminhada, o que me fez também muito feliz foi ver como ele é admirado por seus pares, que me dizem que ele é dedicado, competente e Humano, no que respondi a alguns que a última qualidade citada é a que mais me agradava. Hoje, nessa época de tanta informatização e mecanização e até de inteligência artificial, ser humano é uma grande qualidade e mostra que ele mantém o que herdou do seu pai, até hoje, não importando sua ascensão profissional.
Emoção maior foi quando entrei no seu gabinete de trabalho e vi na parede um Cristo na cruz, que eu lhe dei de presente, quando tomou posse na sua primeira Comarca, Monte Azul, em 1998. De lá foi para Grão Mogol, Ribeirão das Neves, Belo Horizonte, quando atuou no Tribunal do Júri, além de outros, em um caso que foi divulgado na mídia nacional (a mãe que jogou o filho recém-nascido na Lagoa da Pampulha), depois Montes Claros e na Corregedoria Geral de Justiça. Com tantas mudanças, o crucifixo caiu e quebrou, mas ele o reparou, deixando as marcas, assim como o Cristo partido de um livro que li por várias vezes.
No livro “O Cristo partido” o autor narra que encontrou um Cristo partido no Rastro, uma famosa feira de Madri e sempre que queria recuperá-lo, escutava uma voz que lhe dizia que visse nas suas cicatrizes, as dores e as mazelas das pessoas que o procuravam. Ali também estava um Cristo partido, o mesmo de Monte Azul, que o acompanhou em tantas andanças e agora na sala do Desembargador, como a lembrá-lo dos que sofrem e o procuram pedindo justiça e solidariedade.