Na comemoração dos 57 anos da Academia Montes-clarense de Letras, o confrade Wanderlino Arruda e eu fomos homenageados com o Troféu Yvonne Silveira, concedido a quem se destaca como mérito acadêmico.
Emocionada e feliz até preparei uma pequena fala de agradecimento, mas no evento não houve oportunidade para falar. Tomei emprestado do grande poeta, artista e filósofo Khalil Gibran, suas palavras, quando diz: “É belo dar quando se é solicitado, mas é mais belo dar por não ter sido solicitado, por haver apenas compreendido.” Por esse motivo, a generosidade de meus confrades e confreiras ao me conferirem esse troféu, foi tão importante e significativo. Também gostaria de ter agradecido à acadêmica e confreira Mara Narciso que exagerou nos elogios ao me saudar. Coisa de um coração amigo.
Mas o que torna esse momento muito especial é a maneira como conheci Dona Yvonne Silveira: em 1997, escrevi o meu primeiro livro e nada sabia da Academia Montes-clarense de Letras, apenas que havia em Montes Claros e que ela era presidente. Como programei o lançamento com família e amigos, convidei-a para participar, para que houvesse algo de fundo literário naquele momento. Daí nasceu uma grande amizade entre ela e eu. Convidava-me insistentemente para que me filiasse à Academia. Mas ponderei que trabalhava o dia todo e estudava Direito à noite e não teria como me dedicar, como era do meu feitio.
Em 07 de agosto de 2002 tomei posse na Academia, ocupando a cadeira nº 01, cujo patrono é o Desembargador Veloso. Fui apresentada por dois acadêmicos ilustres: Reivaldo Canela e Dr.Georgino Jorge de Souza, que fez um belíssimo discurso de saudação: “Contemplando-a na trepidante Paris, ou na transcendente Praça de São Pedro, em Roma, ou em nossas vielas às vezes mal cheirosas, a serviço das pastorais, quer a vejamos no Fórum entre os doutores, ou em meio dos infelizes presidiários, é a mesmíssima Glorinha...”
Desse dia em diante tornei-me sempre presente e participante, e tempos depois, Presidente, nos anos de 2020 e 2021, durante a pandemia.
Daí a minha alegria e emoção, após 21 anos, receber o troféu Yvonne Silveira, por mérito acadêmico.