O escritor Rubem Alves falando sobre a morte, assim a descreve: “A morte não é algo que nos espera no fim. É companheira silenciosa que nos fala com voz branda, sem querer nos aterrorizar, dizendo sempre a verdade e nos convidando à sabedoria do viver. Quem não pensa e não reflete sobre a morte, acaba por esquecer da vida. Morre antes, sem perceber.”
Uma das coisas mais lindas que já li sobre a morte, compara a nossa vida como um rio que corre para o mar. Chegando lá, o rio não morre, mas mistura suas águas com as águas do mar, continua para sempre vivendo, o que para nós significa a eternidade, após a caminhada terrena.
Mas por que estou hoje falando de morte? Perdemos tantas pessoas queridas nesse tempo, tanto pela Covid, como por outras mazelas que nos atingem a cada dia. Mas hoje quero dedicar essa página a Terezinha Froes, que acaba de nos deixar.
Terezinha era leitora assídua de minhas crônicas e ao lê-las, sempre me ligava para comentar. Nunca me preocupei com elogios ou críticas. Escrevo de maneira simples, sem palavras rebuscadas, sempre atenta a coisas do cotidiano. Mas seus comentários eram muito importantes para mim. O que seria do escritor se não fosse o leitor? Sentia-me incentivada a continuar escrevendo, independente de críticas que às vezes recebia. Inspiro-me na sabedoria da querida Amelina Chaves, escritora e “doutora honoris causa” da Unimontes, que um dia me disse: - “Escrevo porque gosto! Não importa se gostam ou não!”
Então, querida Terezinha, agora você cumprindo sua missão terrena descansa nos braços do Senhor, assim como todos nós, que ainda peregrinamos nessa vida. Sabemos que a morte é apenas uma passagem, uma transformação. E para nós que acreditamos em uma vida eterna, nos encontraremos um dia, e aí não precisamos mais de crônicas para que nos sintamos amigas. Descanse em paz!