Na década de 1980, meu esposo e eu, apoiados por um pequeno grupo, fundamos em Montes Claros a Pastoral Carcerária, que atua até hoje nos presídios, levando a palavra de Deus aos detentos e cuidando de suas necessidades materiais e espirituais. Na época, a Cadeia Pública funcionava no centro da cidade, na Rua Dr.Veloso e remexendo em alguns arquivos, deparei-me com uma página publicada no Jornal “O Norte” de 25 /01/1991, de autoria dele (Dr.Pedro Mameluque Mota), do qual transcrevo pequena parte:
“A imprensa local tem noticiado com bastante ênfase a fragilidade da Cadeia Pública desta cidade. As constantes tentativas de fuga serviram para que a atenção da comunidade se voltasse para a situação da Cadeia e dos próprios presos. Construída como sendo de segurança máxima e comprovadas algumas falhas, que demonstram a sua fragilidade, notadamente as grades, o prédio atual representou à época da sua construção (1986), um avanço, tendo em vista as precárias e imundas condições do prédio da Rua Dr.Veloso, apenas com 03 celas, considerada uma ‘ferida’ no centro da cidade, sem nenhuma condição de segurança e mais parecida a uma pocilga, onde os mínimos direitos da pessoa humana eram desrespeitados, por falta de condições. Portanto, a construção de um novo prédio, em área apropriada, contando com o aproveitamento da mão de obra de presos de bom comportamento, representou uma vitória de toda a comunidade que participou ativamente.”
Atualmente, além daquele presídio, outro maior foi construído, mas tudo começou de um trabalho incessante de vários órgãos, inclusive da Pastoral Carcerária e do Conselho da Comunidade. Anos depois, também por sua iniciativa foi criada a APAC, que tem como lema: “Matar o criminoso e salvar o homem”.
Nesse ano, em que se completam 08 anos do falecimento de Pedro Mameluque Mota, meu esposo, exatamente dia 08 de dezembro, Dia da Justiça e Dia da Família, valores que ele amava e defendia, aproveito aqui para prestar-lhe essa homenagem, ciente de que as sementes por ele lançadas produziram abundantes frutos.