Estamos na praia de Picinguaba ( refúgio dos peixes), no litoral paulista. É uma pequena enseada que fica entre Ubatuba-SP e Parati – RJ. Um lugar paradisíaco, onde a natureza transborda, sem nenhum artifício da modernidade. Achei-a parecida com as aldeias de pescadores que a gente vê nos filmes.
Por que estamos aqui? Hoje, meu filho Leopoldo completa 60 anos e quis isolar-se apenas com a esposa, as duas filhas, o namorado de uma das filhas e eu, sua mãe, que não poderia estar ausente, em uma data tão importante quando se despede de um ciclo (50) e ingressa no novo (60), para agradecermos tantas bênçãos.
Ontem todos entraram no mar, alguns mergulharam e eu entrei timidamente, um pouco com medo do sol forte e do mar, que eu amo, mas que às vezes me dá um pouco de medo, quando está muito agitado. Mas estava tranquilo, águas límpidas, que a gente podia até ver o fundo, cheio de pedrinhas. De repente, um fato nos chamou a atenção: duas moças se afogando, bem perto de nós. A princípio pensamos ser brincadeira, mas Sara, minha neta, que é surfista e conhece bem o mar, viu que não era. Ela e o pai nadaram e conseguiram resgatar as duas, antes que o pior acontecesse. Sairam transtornadas pelo pânico que passaram, mas tudo acabou bem.
À tardinha nos recolhemos aos nossos aposentos e depois de descansarmos um pouco, fizemos uma surpresa para o aniversariante, cantando parabéns e brindando com champanhe nas taças personalizadas. Por fim, cansados do dia tão cheio de novidades, fomos dormir.
Para chegarmos aos nossos apartamentos na pousada que fica bem no alto e no meio da mata, e de onde a gente vê uma paisagem estonteante de tanta beleza, tivemos que subir mais de 100 (cem) degraus de pedra bruta, sem corrimão algum e até com um pouco de chuva, o que me fez refletir: “O céu deve ser assim maravilhoso, mas para se chegar a ele, o paraiso, é preciso subir uma escada íngreme, perigosa e vencer todos os obstáculos que forem aparecendo no caminho. “