E o mês de Maio chegou ao fim. Sempre pensei que o nome era por causa de Maria, mas vi depois que Maio, o 5º mês do calendário gregoriano herdou o nome de uma deusa Maia, divindade romana que era celebrada nessa época. Deusa da terra e das flores, Maia é responsável pelo crescimento das plantas que nascem na primavera.
Mas, Maio sempre foi o mês de Maria, o mês das Mães, o mês das noivas. E assistindo a uma coroação, o que acontece em maio em todos os anos, fiz uma viagem a tempos passados, quando meus filhos eram pequenos. Pelo fato do meu esposo ter nascido no dia 13 de maio, em todos os anos as meninas vestiam de anjos para coroar Nossa Senhora nesse dia. Cresceram, mas o costume continuou: não mais vestidas de anjos, mas a cada 13 de maio, com festa ou não, coroávamos Nossa Senhora.
Vieram os netos e o ritual continuou. 13 de maio durante mais de 50 anos, era dia de coroação em nossa casa e os coroantes iam mudando a cada ano. No último ano, em 2015, quem colocou a coroa foram duas Marias: minha cunhada e a sua médica, acompanhadas por todos nós, cantando: “- Te coroamos, ó Mãe, nossa Rainha...”
Nos 70 anos de Pedro, programamos uma coroação mais festiva, com os nove netos. Era uma surpresa para ele. Ensaiamos escondidos e pedimos que eles não falassem nada, para não estragar a surpresa. Se um deles ligava para nossa casa e o avô atendia, eles diziam que havia um segredo e que ele não poderia saber. E foi uma coroação muito linda: os nove netos vestidos de branco e cantando: “Te coroamos, ó Mãe, nossa Rainha...”
Essa tradição começou no Século XIII, no ano de 1280, mas se solidificou no Século XIV em Paris, onde a figura de Maria ganhou destaque. A tradição chegou ao Brasil pelos portugueses. As coroações são uma forma de devoção. Coroar Nossa Senhora é demonstrar que a reconhecemos como Rainha, mesmo na simplicidade de sua figura.
E sempre foi com essa intenção que fazíamos as nossas coroações no dia 13 de maio. Para que as crianças da família aprendessem que Maria, a Mãe de Jesus e nossa Mãe, é a nossa Rainha e não tantas outras que a modernidade nos quer apresentar.