O ano era 1988. Eu já me preparava para aposentar no meu cargo na Secretaria da Fazenda, quando fui convocada pelo Superintendente para participar como Inspetora, da posse do meu filho Gustavo, como chefe da Administração Fazendária de Monte Azul, MG. Esse foi meu último ato, antes da aposentadoria.
Em 1998, dez anos depois, assistíamos a posse e distribuição de comarcas aos Juízes que haviam sendo empossados, e entre eles, meu outro filho Leopoldo. Lembro-me que estávamos um pouco apreensivos, à medida que o Presidente chamava um por um, indicando a Comarca que iriam assumir. Chegando a vez de Leopoldo, ouvimos aliviados: Monte Azul. O motivo é porque ele ficaria na nossa região, mais perto de nós, após muitos anos que vivia distante.
Ano de 2023: Maria Isabel, minha neta, psicóloga, que trabalha em Mato Verde, anuncia à família que irá trabalhar também em Monte Azul, na APAE. Quantas voltas esse mundo dá, para nos fazer sempre ligados à cidade de Monte Azul. Algum mistério? Não acredito. Apenas as coincidências da vida.
Segundo à tradição, foi Maria do Rosário, amante do explorador Spinosa, quem primeiro se fixou às margens do Rio Tremendal, por volta do Século XIX. Posteriormente, João Carlos de Oliveira e o Coronel Manoel José da Silva prestaram-lhe colaboração no levantamento do povoado de Boa Vista do Tremedal.
Tremendal era parte da capitania da Bahia e seu território estava dentro dos domínios da Casa do Conde da Ponte, que fundava fazendas com colonos e escravos e arrendava outras. Em 1850, Tremedal passa a ser distrito de Rio Pardo de Minas, separando-se em 1878 e transformando-se em município com a denominação de Boa Vista do Tremedal.
Em 1938 foi instituído o município que recebeu o nome de Monte Azul por sugestão do Coronel Levy Souza e Silva, em homenagem às serras da cidade (Serra Geral e Serra Ginete) que circundam a cidade e têm a tonalidade azul.
1938 foi o ano em que nasci. Citando Shakespeare: “Há mais coisa entre céu e a terra do que supõe a nossa vã filosofia.”