Acabamos de viver a Semana Santa, que comemoramos todos os anos. Não pude deixar de voltar meu pensamento às Semanas Santas da minha infância, em São Romão. Eu participava ativamente de todos os eventos. Lembro-me que fui o Anjo que oferecia o cálice a Jesus no Horto das Oliveiras. O Jesus era uma imagem bem grande, mas o anjo era vivo e me lembro de minha mãe dizendo que eu não poderia mexer, enquanto o padre ia falando sobre o acontecimento: a agonia de Jesus no Horto das Oliveiras. Mais tarde, já mocinha, fui também a Verônica que subindo em um tamborete, na procissão do Encontro, cantava com voz trêmula: “Ó vos omnes, qui transite per via...”
Mas hoje quero falar da Páscoa, o maior dia da nossa fé, pois se trata da ressurreição de Cristo, após sua condenação, seu sofrimento até à morte na cruz.
“Ora, se se prega que Cristo ressuscitou dos mortos, como podem alguns dentre vós dizer que não há ressureição dos mortos? E se Cristo não ressuscitou, ilusória é a nossa fé.” (I carta de São Paulo aos coríntios, 15)
Segundo o médico legista e escritor José Geraldo de Freitas Drumond em sua espetacular crônica inserida no seu livro “O cidadão e seu compromisso social”: “As descrições encontradas nas Escrituras, nos achados arqueológicos e na narrativa dos Evangelhos revelam-se surpreendentes para a Ciência Médica, mormente para a medicina legal. E ainda hoje, decorridos tantos séculos, indaga-se como foi possível a um ser humano resistir por tanto tempo ao martírio que lhe foi imposto.”
Ultimamente, o domingo de Páscoa tornou-se um momento rico para a mídia e para o comercio, com as lojas de ovos de Pascoa e chocolates superlotadas. Tornou-se até mesmo uma tradição, mas o que observei nesse ano, foi também tantas reuniões de famílias para comemorarem o dia. Teve coelhinho, ovos e chocolates? Sim, porque também têm seu significado, simbolizando vida nova, renascimento, mas ao lado disso, as famílias se reuniram, postaram fotos, comemoraram e festejaram.
Enquanto existe nos dias de hoje tanta desvalorização da família, tanta exploração da mulher, tantos ataques à vida, a Páscoa trouxe um momento de reflexão para todos de que “O futuro da humanidade passa pela família” e o modelo que deve ser seguido é a família de Nazaré: “Jesus, Maria e José.”