Metade dos deputados federais eleitos em 2018 não devem conseguir renovar seus mandatos neste ano. A projeção é feita por órgão que monitora a atividade no Congresso e também por lideranças partidárias. Na última eleição, a taxa de renovação chegou a 52%, uma das mais altas desde 1990. A estimativa é a de que neste ano fique na casa dos 50%.
Renovação
Há quatro anos a renovação foi impulsionada pelo momento político pós-Lava Jato, que colocou em descrédito o comando dos principais partidos e provocou a derrota de políticos tradicionais. Desta vez, na avaliação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) e de dirigentes partidários, uma mudança nas regras eleitorais aprovada em 2021 pelo Congresso deve favorecer a eleição de novatos em detrimento de quem tentará a reeleição.
Sobras
A chamada lei das sobras altera os requisitos para preenchimento de parte das cadeiras na Câmara. Na eleição proporcional, o partido precisa alcançar o chamado quociente eleitoral, que é a soma de todos os votos dados à sigla dividida pelo número de vagas que existem para a Câmara dos Deputados naquele Estado.
Cálculo
Após cálculo de tantas cadeiras cada partido conseguiu ocupar segundo seu quociente eleitoral, ainda sobram algumas vagas. Nesta nova rodada, o preenchimento das sobras terá dois pré-requisitos a partir deste ano: a sigla precisa ter alcançado 80% do mínimo exigido para eleger um parlamentar, e o candidato pelo menos 20%. Essa última trava para as sobras não existia até então.
DIAP
Estimativa realizada pelo Diap a pedido do Estadão/Broadcast aponta que, caso a nova lei estivesse valendo em 2018, muitos candidatos à reeleição não teriam sido eleitos e apenas seis partidos teriam se beneficiado das regras. A projeção coincide com a avaliação do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que espera um patamar de renovação próximo de 50%.