Leandro MazziniMineiro de Muriaé, Leandro Mazzini é jornalista pós-graduado em Ciência Política pela UnB e escritor. Com Leonel Rocha, Walmor Parente, Carolina Freitas e Tom Camilo

Lotação eleitoral

28/11/2022 às 21:51.
Atualizado em 28/11/2022 às 21:51

Os presidentes da Câmara e Senado, Arthur Lira (que não foi) e Rodrigo Pacheco, respectivamente, usaram a COP27 para fazer campanha pela reeleição aos cargos. Foram convidados para comitiva ao Egito 20 deputados de 14 partidos, e 13 senadores de nove partidos, todos escolhidos, nomes influentes em suas bancadas. O afago mira votos de parlamentares para a eleição em fevereiro. Ambos telefonaram para os colegas, fazendo questão de dizer que foram seus convidados pessoais – e o passeio pago com verba pública (o reembolso da diária chega a US$ 500). Só foi chamado quem se reelegeu para o Congresso. Lira deixou para trás o presidente da Comissão de Relações Exteriores, Pedro Vilela, que perdeu a eleição e será um voto a menos. Ele atuou tão forte que redirecionou da Secretaria de Relações Internacionais para a presidência da Câmara a organização do passeio, que rendeu cenas grotescas como a do deputado Fabinho Ramalho, de calça jeans e chinelos, na foto com o presidente eleito Lula.

Futuro de Ciro
Não é segredo na praça que o futuro do PDT é a aliança com o Governo de Lula da Silva. Mas e o do presidenciável Ciro Gomes, hoje opositor e praticamente um inimigo do presidente eleito? Comandante do partido, Carlos Lupi foi a Fortaleza ter uma conversa com Ciro. E mostrar que a aliança é inevitável. Ciro pode estar de saída.

(Izânio Façanha)

(Izânio Façanha)

 Plano do MDB
O MDB está no Governo desde a redemocratiza-ção. Deu certo este plano duplo: quieto em casa, o líder maior Michel Temer não tomou lado. Enquanto o presidente Baleia Rossi, seu afilhado, liberou Simone Tebet para anunciar apoio a Lula no 2º turno. Bolsonaro eleito, tudo ficaria como está, e Tebet levaria o ônus da candidatura. Lula eleito, vê-se o partido posar ao lado da senadora e estima-se que a bancada da Câmara vai entrar pelas portas laterais da Esplanada até tomar um ministério, em julho. 
 
Poder de Adauto
Ex-ministro dos Transportes no primeiro Governo de Lula, Anderson Adauto surpreendeu muita gente ao aparecer no grupo temático de Minas e Energia. É que ele coordenou a campanha do Barba em Minas, já revelou a Coluna. Adauto não é mais da cota do agora bolsonarista Valdemar da Costa, do PL, que o emplacou ministro em 2003. Adauto é de Lula. 

Compadre de Guedes
O rompimento do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, com os Bolsonaro tem nome: Paulo Guedes. O ministro da Economia, de saída, quer garantir seus afilhados em postos-chaves. Ligou para diretores do BB e Caixa, e virou votos na eleição para manter na presidência do Sebrae-RJ o primo da esposa, Antônio Alvarenga. Castro trabalhou intensamente pela candidatura do deputado federal Vinícius Farah à presidência da entidade. Mas o governador usa a crise como pretexto para se aproximar de Lula. 
 
Feridos & vendeta
No DF, o casal Arruda sumiu da rua no 2º turno – José Roberto, inelegível, e a ex-ministra Flávia. Aliada de Bolsonaro, Flávia viu Damares Alves crescer pelas mãos da primeira-dama Michelle e ser eleita. Em Pernambuco, após ser rifada em duas eleições com chances, Marília Arraes foi derrotada por Raquel Lira. Não foi só a solidariedade do eleitor à viúva Raquel. Marília foi traída pelo PT, que não ajudou na rua. Os Arruda e Marília, com espólio eleitoral considerável, não esquecerão o que passaram.

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