Leandro MazziniMineiro de Muriaé, Leandro Mazzini é jornalista pós-graduado em Ciência Política pela UnB e escritor. Com Leonel Rocha, Walmor Parente, Carolina Freitas e Tom Camilo

Jair na ilha

07/11/2022 às 23:03.
Atualizado em 07/11/2022 às 23:04

(Izânio Façanha)

(Izânio Façanha)

 Apeado do Palácio da Alvorada por voto popular, o presidente Jair Bolsonaro (PL) não decidiu seu destino no dia 1º de janeiro. Há opções de sobra, entre elas a casa onde residia num condomínio da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro – porém não recomendada pela segurança para um ex-chefe de nação. Especula-se o aluguel de mansão no Lago Sul em Brasília. Mas os mais próximos dizem que Bolsonaro vai submergir (literalmente) e pescar na praia: morar por uns meses numa ilha de um amigo recém-adquirida em Angra dos Reis, onde terá mais segurança e a privacidade necessárias. Politicamente, ele quer participar como conselheiro do governo de Tarcísio de Freitas, em São Paulo, onde poderá ter a vitrine para manter o espírito bolsonarista aloprado que nasceu na sua gestão. Há quem o aconselhe a fundar partido para chamar de seu – o que tentou sem sucesso antes da candidatura à reeleição. Tempo para isso Bolsonaro terá. E muito dinheiro de amigos, idem.

O agro ara
O agro não é só bolsonarista. “Parte importante do agronegócio não se sentiu representada pelas lideranças de entidades que se contaminaram pelo discurso ideológico e se desviaram do pragmatismo que caracteriza o setor. É hora de retomar o caminho da razão”. Quem descreve o cenário é o advogado Fernando Tibúrcio, que acompanha o agro. Segundo ele, o Brasil precisa associar a inevitável expansão das lavouras à preservação do meio ambiente e à preservação do ambiente de negócios.
 
A ficha caiu
Bolsonaro viu o fim de seu governo no domingo à noite, quando precisou conversar com o ministro Paulo Guedes, e este pediu-lhe para ir à Granja do Torto. O presidente viajou 36 km de ida e volta para ver o subordinado. Este episódio lembrou o último voo de helicóptero de Fernando Collor após a renúncia do Palácio: ele pediu, e o piloto não quis sobrevoar uma escola que Collor construiu e desejava ver.
 
Zema & Neto
Inconsolável com a derrota, Bolsonaro tem criticado o comportamento dos candidatos aos governos da Bahia e Minas Gerais, ACM Neto (UB) e Romeu Zema (Novo), respectivamente. Acha que teria virado o resultado se Zema e Neto tivessem lhe apoiado
já no 1º turno. Zema cuidou de si e só no 2º turno esbravejou contra o PT. Neto ficou em cima do muro nos dois turnos – e também perdeu a eleição.
 
Vem retaliação aí
O prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, o JHC, vai acionar na Justiça dois desafetos e avalia com advogados pedir a impugnação da eleição do governador Paulo Dantas e do senador Renan Filho, ambos do MDB. Na madrugada da última segunda-feira (1º), a dupla eleita subiu num trio elétrico e foi parar na frente do prédio de JHC, provocando e ofendendo o prefeito, adversário de ambos. Seu filho bebê não dormiu.  
 
Dupla perdida
Se quiserem algo do presidente eleito Lula, os irmãos Jorge e Tião Viana, ex-senadores e nomes fortes do PT no Acre, vão ficar chorando na antessala do Palácio. O petista conseguiu só 29,7% dos votos no 2º turno no Estado do Norte, ante inesperados 70,3% de Bolsonaro. O PT teve baque com a debandada de ‘marinistas’, quando Marina deixou a legenda. Agora, a sigla se acabou com a falta de tato dos irmãos.

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