Atire a primeira pedra quem nunca fez um despautério ou esteve em uma situação esdrúxula por causa dele, o tê grande. O tesão é aquele pensamento sacana que, quase sempre, aparece as duas horas da manhã de uma quarta-feira modorrenta e nos tira a paz. Nos revira do avesso. Para mim, o dito cujo é aquela vibração vindo da cueca ou da calcinha que se reverbera por todo nosso corpo. E o pior: não nos deixa em paz, enquanto não for saciado. Tesão é igual coceira: se não for resolvido, nos deixa malucos da cabeça.
Eu tenho um querido amigo que me contou uma história esses dias. Dessas histórias que a gente só conta para quem é íntimo. Claro que não poderei revelar sua identidade, por isso peço-lhes a confiança necessária entre cronista e leitor. Papo vai, papo vem, marcou um encontro com um moço. Ele o pegou na porta do seu condomínio com seu carro. Era tarde, fazia calor. Ar condicionado ligado, assim como as expectativas. Andaram algumas ruas, procurando um esconderijo. Na primeira oportunidade, o bote! Se “amaram” ali, como dois animais noturnos. Noutro dia, meu amigo descobre que seu “amante” era padre. Rimos da situação.
Mas, fiquei pensando. Que sentimento é esse que faz padres sacudirem a batina? Minha amiga jornalista diz que tesão é algo inexplicável.
- Poderia dizer que inteligência dá tesão, mas já senti tesão por homens não muito brilhantes. Tem uma coisa inexplicável. Poderia também dizer que é pele, mas como dizer isso se tenho tesão em uma pessoa que nem vejo presencialmente? Que nunca encostei? Mas, que só de olhar a foto me dá tesão? diz.
Depois de anos enclausurado, o tesão feminino está à solta. Mulheres tem dado maiores contornos para seus prazeres, enquanto nós homens fazemos isso há anos. E ninguém nunca nos criticou, pelo contrário.
Finalizo com um pensamento contemporâneo. Bonde do Tigrão tem uma frase maravilhosa que casa com o assunto: “Quando o corpo diz SIM/ E a cabeça diz NÃO/ O que que é isso gatinha? Tesão, tesão”.