Bastou os ponteiros do relógio anunciarem o tal do novo ano para que as tais das ‘cosas nuevas’ acontecessem. As tias do ‘zap-zap’ ficaram com os dedos em carne viva. Os tios, aqueles que não estavam nas portas dos quartéis causando baderna, digo, defendendo a pátria eterna, não acreditavam no que seus olhos viam: ‘Brasil se convirtió en Venezuela’. Parem as máquinas! Será que as pessoas ainda não perceberam? Será que os ‘hombres y mujeres brasileños’ não percebem o grande erro? Coisas inacreditáveis nos aguardaram após a passagem dos anos.
Na manhã seguinte, quando fui comprar meu pãozinho de queijo para meu desjejum, percebi que a língua das pessoas estava diferente. Não a língua parte da anatomia, mas a língua falada. Na tevê, nos rádios, nas placas – tudo em espanhol. Golpistas! Como ousam corromper nossa belíssima língua? ‘Buenos días, brasileños. Buenos días, camaradas’. Voltei para casa com meu ‘panes de queso’. Os corretores do celular e do computador só aceitavam o espanhol. ¡Sinvergüenzas! Agiram na calada da noite!
Depois do café, notei uma silenciosa tranquilidade: não havia latidos de cachorro brincando no pátio do meu condomínio. O que será que houve? A notícia veio a galope: a partir daquele momento, um decreto autoriza o abate de cachorros para o consumo humano. ¡Bandidos! Nos programas matinais, receitas de guisado de Chow-chow e pudim de cachorro caramelo! ¡Qué absurdo! Nossa bandeira jamais será vermelha! E os absurdos do “sob nova direção” não pararam por aí: aborto liberado nos postinhos do SUS, banheiro unissex nas rodoviárias e shoppings, cartilhas ensinando como mudar de gênero e sexualidade em casa! ¡Que Dios se apiade de esta nación!
E o pior: os preços ainda permaneciam os mesmos! No 1º dia de trabalho, Deus criou a luz, então, não existe desculpas para corpo mole. Cadê o gás mais barato? Cadê a caixinha de leite custando três reais? Não era para ser diferente? Esses desafortunados! O horror irá tomar conta dessa nação, ninguém escapará incólume a isso. Mas, o tempo, ah, o tempo! Ele irá mostrar que trocamos seis por uma dúzia. No mais, só me resta dizer uma coisa aos que defendem esta pátria, a casa de Ratanabá: ¡Acepta que duele menos!