Alexandre FonsecaJornalista, mestre em literatura e doutorando em literatura

Regina, nós te amamos!

Publicado em 02/12/2022 às 22:01.

Não faço a menor ideia de quem seja Regina fisicamente, mas, por tabela, a amo. E explico. Aliás, duas coisas que preciso explicar: meu sentimento de admiração por quem gosta de futebol e sobre esse fenômeno chamado Copa do Mundo. 

Primeiro, admiro quem gosta de futebol, porque acredito que fazem parte de uma parcela muito feliz da humanidade. O torcedor apaixonado integra algo maior do que ele. E sabe disso. Para esse tipo de pessoa, a camisa do seu time ou seleção é uma bandeira de uma nação quem não possui reconhecimento pela cartografia. Essa nação imaginária tem bandeira, hino, regulamentos e patriotismo. Todo torcedor é patriota do seu time. Todo torcedor faz parte de uma egrégora (soma de energias) onde cada um é irmão de todos. Em qualquer parte do mundo, haverá um torcedor apaixonado.

E se você não acredita no que digo, faça o teste: em um dia decisivo, vá até um bar e veja como eles interagem. Podem não se conhecer no dia a dia, mas, ali, naquele momento, todos comungam do mesmo desejo: a vitória. Unidos pelo laço da vitória, homens e mulheres se olham e se entendem, mesmo que em linguagem muda. 

Em relação à Copa, quase nunca acompanhei (ou gostei). O primeiro ponto dialoga com esse: como não me reconheço no esporte, as pessoas também não me reconhecem. Não sou torcedor, logo, não tenho esse passaporte de integração. Não comungo dessa energia, mas sou um homem do amor. E de amor, acho que entendo um pouco. 

Na Copa de 2002, quando o Brasil conquistou sua quinta estrela no Japão, lembro de uma cena, uma memorável cena: em meio a explosão de papel picado, com Ronaldinho usando um corte de cabelo execrável e um time que, segundo minha mãe, era o melhor que já tivemos, Cafu ergueu a taça de 6,2 kg e pronunciou: Regina, eu te amo! Desse dia, ainda criança, lembro dos barulhos dos fogos, dos gritos dos vizinhos, da energia que vibrava no ar.

Naquele momento, não fazia menor ideia do significado daquilo tudo, mas, anos depois, entendi que Regina foi a mulher mais amada do mundo. E cada torcedor deveria agradecer aquele amor que motivou nosso herói brasileiro. Regina, mulher do Cafú, nós sempre iremos te amar.

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