A verdade é que o mundo masculino é bem chato. E eu percebi isso quando fui excluído do “clube do Bolinha” ainda na adolescência, depois de perceber que eu não ‘performava’ a masculinidade que todos esperavam de mim. E sabe quem me acolheu? Elas, as mulheres.
Existe um livro muito famoso que diz que as mulheres foram responsáveis por trazer a danação e a salvação para esse mundo. Não sei se concordo, mas acredito que elas trouxeram para esse mundo algo de muito bonito que somente elas podem nos ofertar. Quando me vi a deriva em um mar de incertezas, foram elas que me acolheram em sua ilha colorida e viva. Na verdade, repleta de vida, porque mulher vai além da beleza. Elas me acolheram e salvaram de mim mesmo.
Através do feminino, eu fui introduzido ao mundo da linguagem. Através do feminino, eu aprendi a lidar com meus verdadeiros sentimentos. Através do feminino, tive acesso a quase toda mística que permeia o mundo. Através do feminino, que eu pude entender meu masculino e curá-lo.
Não é dever da mulher curar o mundo, porque isso é um fardo pesado demais. Mas, por uma questão de sobrevivência, elas fazem. Nossas avós, mães, irmãs, tias, primas, sobrinhas, netas, amigas, namoradas e outras. Todas elas curam o mundo. De uma forma ou outra. O que acontece é que nós homens sempre atrapalhamos ou retardamos esse processo de cura, por causa de uma vaidade excessiva e sede de controle. Temos sorte que elas querem igualdade e não vingança, porque elas estariam cobertas de razão.
São as mulheres que fazem o mundo um lugar habitável. São elas que ensinam aos seus filhos os caminhos do amor. Mas, infelizmente, somos nós, homens, que fazemos tudo ser desaprendido num processo brutal de clausura.
De todo meu coração: obrigado por me ajudarem. Não seria nada sem vocês.