[Don’t know much about your life/ Don’t know much about your world but/ Don’t want to be alone tonight/ On this planet they call Earth - C.D.]
— Nunca daríamos certo mesmo.
— Nossa.
— Eu quero muito viver um romance. Quero me entregar. Quero me atirar na fogueira sagrada do amor*.
— Mas, de verdade? Talvez seja só da boca pra fora.
— Você se reprime muito, mas tem uma razão.
— Eu penso nessas coisas assim, mas tenho ressalvas.
(...)
— Eu só acho que sou meio inconformado com garantias. Não sei explicar muito bem. Tudo é uma realidade muito frágil, e eu me apego a isso.
— Eu acho você medroso.
— Eu acreditaria em um rato corajoso. Acharia ele a coisa mais ousada do mundo! Um rato corajoso desafia a morte! Olha que maravilha!
— Pior é que eu adoro essas coisas. Morrer é corajoso?
— E quem é que não gosta? Um rato corajoso nos inspira mais do que um leão medroso! Morrer não é corajoso, às vezes é burrice.
— Se morrer não é corajoso, por que desafiar a morte? Acho que morrer é corajoso. Por isso quase todos temem.
— Desafiar a morte é desafiar a vida, baby. Pelo menos, é o que eu acho. Acordar todos os dias é desafiar a morte. Pensa em como o amanhã é desesperador no fundo. O amanhã é um ato singelo de fé. E agora, pensando em você, acredito que o amanhã também seja um ato de coragem. Imaginei o seu cheiro. Preciso dormir. Estou com medo dos relâmpagos. Lembrei-me de uma pergunta importante: Se fôssemos um casal, sobre o que conversaríamos em noites de tempestade?
— Poderíamos apenas ouvir a chuva.
— Eu ficaria feliz.
*Aqui, podemos ver um leitor de Khalil Gibran, querida audiência.
[So talk to me, talk to me/ Like lovers do/ Yeah walk with me, walk with me/ Like lovers do/ Like lovers do - C.D.]