A sinceridade é uma virtude, mas pode parecer ser algo muito grotesco ante as circunstâncias. Digamos que no interior de cada um, saibamos o que é certo e errado. Ou que mesmo relutantes, quanto a estas realidades, saibamos ao menos o rumo do que é cada coisa em nosso íntimo.

Fato é que diante da sinceridade, estamos incluídos na máxima resolução da predisposição de quem quer ser admirado e querido. Pois ninguém é sincero para satisfazer a si mesmo apenas. Pois o feedback necessário da sinceridade é o reconhecimento de que alguém é honesto e confiável.

Estamos falando daquelas pessoas “federais”, que todos admiram pelo simples fato de serem sinceros e tranquilos. Pessoas cujas virtudes são resolúveis em quaisquer contextos de admiração de comportamentos mundanos.

Agora, quanto ao lado oculto da sinceridade, temos de falar da sinceridade em um contexto de muita iniquidade, irresponsabilidade e dramatização. A sinceridade pode ser um defeito horrendo, quando tratamos de predisposições envolventes a estes contextos.

Digamos que uma pessoa é má, e comete atitudes más, e diante disso, acaba se portando de forma irreverente. E é sincera quanto as extensões de suas atitudes, ao ponto de transmitir a ideia de que ser ruim é normal. Iniquidade transvestida em condescendência.

Agora, digamos que uma pessoa comete atos irresponsáveis. Não se atém aos padrões morais costumeiros, e é excessivamente sincera. Estamos ainda, diante de um comportamento completamente falacioso. Pois a falsa sensação de ser excessivamente sincero, traz à tona a autossabotagem de crer ser bom, quando na verdade, não o é.

E por fim, a dramatização... Nem sempre o que é verdade deve ser dito. Dramatizar defeitos, episódios desconfortáveis e irrazoabilidades dos que nos circundam cria uma granada humana que explode em qualquer contexto social. Não devemos ser excessivamente sinceros para quaisquer contextos. A não ser que calibremos excessivamente, nosso comportamento, e que evitemos comentar das verdades alheias, que trazem para pauta das conversas, a difamação ou a desqualificação das pessoas que cometem erros mas não necessariamente devem ser sempre expostas.

Por isso, ser sincero sempre, não é sempre a melhor opção.