Ser rústico é uma virtude. Pois a maciez moral, nos leva a crer que a soberba é algo natural. As diversas células que compõem a parede celular do nosso tronco moral, formam as colunas do nosso próprio caráter. Sabemos que a vida cotidiana não passa a ser fiel a nós mesmos, quando fugimos de nós mesmos.

O encontro com si mesmo, nos leva a entender que as tarefas devem ser executadas. Que a truculência para com o “eu preguiçoso” é a raiz da árvore que frutifica o esforço. Quem se esforça, sabe que ser rústico é apenas algo que surge do desdobramento do foco nos resultados.

Quem nunca se perdeu em si mesmo, crendo estar em um plano paralelo de sua própria fibra. Crendo estar se aventurando em novas percepções, quando na verdade, está se perdendo na própria sensação de que está entrando na primavera da vida.

A primavera da vida não muda em estações sazonais, muda em função da plena reciprocidade de si para com os outros. Nada é tão repentino quanto um sentimento de encantamento, mas tudo é uma farsa, quando não se entende a extensão de si mesmo.

Somos o desdobramento de nossas próprias expectativas, e nossas expectativas nunca marcam a mudança de estações. As estações são características do que é externo a nós mesmos. Por isso, não devemos ser precipitados em achar que estamos diante de uma mudança de paradigmas, quando na verdade, estamos apenas incrementando o próprio delírio de mudança sem o estímulo de mudança.

Por isso, devemos buscar sermos rústicos. Pois quando estamos diante de nós mesmos, devemos saber que não podemos fugir da realidade, a verdade é que o tronco que vive, é o que recebe o que há de bom, aproveitando-o, sem deixar de lado, a própria consequência ideal da evolução constante. 

Pois isso, fugir dos próprios devaneios, pode criar um contexto de objetividade essencial para o que se alcança, sem deixar de lado, é claro, o próprio sonho. Cultivando assim, a paciência e perseverança. Pois tudo deriva, da compreensão do que está ao nosso redor. O que age de forma precipitada, nada mais faz, do que adiar para si o próprio senso de maturidade, que pode ser atingido, com a simples reflexão do quão bom é, ser cada dia mais, uma pessoa mais rústica.