O poder emana do povo. Mas até quando o povo é realmente o povo se nem o povo é harmônico com o povo? Esse é o dilema. As pessoas já não nutrem civilidade e amistosidade. Não há respeito ao bem maior da humanidade, qual seja a dignidade, a este ponto, as instituições não são aclamadas por muita gente.
E quanto ao poder republicano, que mais parece monárquico. Em que o presidente é um rei, parlamentares condes, e ministros duques. Não é de hoje o ódio nutrido pelas instituições. Eu de forma diversa, nutro respeito e admiração. Mas do que adianta?
As pessoas estão enjoadas de tanta iniquidade no cenário político. As discussões pragmáticas perdem lastro e ofensas particulares ganham relevância. Tudo em prol da suposta “intelectualidade” ou do “patriotismo”. Fato é que, independentemente da vontade política subjetiva, a maioria crê ser mais assertivo e inteligente que seu suposto oponente.
Isso gera a escravização da própria alma. A queda da bastilha poderia ocorrer se provocado fossem, quaisquer grupos sensitivamente ligados em paradigmas políticos. Independentemente dos valores. Até por quê. A minoria dos que estão neste contexto destroem e profanam. Afinal de contas, acima da convicção existe o pudor, que felizmente atinge o cotidiano da maioria.
A maioria das pessoas estão em suas casas. Seus trabalhos. Vivendo suas vidas. E os que não estão, vagamente estarão ou estiveram, em outros contextos produtivos e sinestésicos. Necessariamente ante a comunidade. Por isso, não houve uma queda da bastilha. E, sim, uma depredação sem precedentes, associada a revolta de um grupo, que tiveram facilitações institucionais por parte do governo distrital e do próprio presidente da República, afinal, era sabido que tal manifestação ocorreria, e o Ministério da Defesa está em seu arcabouço de competências. Não sejamos tolos. É mais glorioso ser vítima que agressor.