É certo de que nossa mente não sabe falar nossa língua. O português, apesar da robustez linguística, da sofisticação lírica, da elementar ontologia latina, bem como da efervescência natural ao seu contexto cultural-linguístico. Contém o defeito que qualquer outra língua tem...
Nossa mente não entende o que nos predispomos a fazer. Digamos que trace um plano a respeito do seu comportamento diário, que tenha planos de como se alimentar melhor, de como fazer mais exercícios, de se comprometer a estudar mais. De saber descansar com qualidade, de fazer a higiene do sono correto para dormir adequadamente. Enfim... O tempo inteiro pensamos a respeito destas questões.
E vejam... Quantas vezes pecamos em não cumprir com o que acordamos com nós mesmos... A única conclusão passível de ser interpretada, é a de que nossa mente não sabe falar a nossa língua... Pois a outra premissa, seria de que estamos sendo desonestos conosco o tempo inteiro! E essa premissa é destrutiva, tendo em vista que traz a culpa para o cerne da discussão, em vez de buscar a solução para o problema da procrastinação.
Por isso, diria que procurar se conhecer é extremamente importante, para que possamos estabelecer um vínculo de verdade e compromisso com o cotidiano, e a partir disso, passar a alfabetizar nossa própria alma. Pois na medida em que nos conhecemos, passamos a evitar nossa própria exposição a situações de vulnerabilidade, além de batalharmos ao ponto de construirmos pontes perenes rumo ao êxito das atividades cotidianas.
Quem se conhece o suficiente para lograr mais êxitos mundanos do que os demais, inevitavelmente se destaca. Portanto, quem age em plena harmonia com a vontade de vencer, acaba naturalmente vencendo, única e exclusivamente porquê sabe manejar adequadamente os reflexos de se conhecer cada vez mais.
Se analisarmos nossa vida como se assistíssemos uma peça de teatro, iremos ver o ator que interpretamos em cada contexto mundano. Ao enxergar essa realidade, inevitavelmente, nos damos conta de que somos a extensão de nós mesmos, nos bosques do autoconhecimento que inevitavelmente podemos atingir, se a cada dia, nos esforçarmos para conhecer a nós mesmos, e tomar a partir de então, as providências adequadas para que estejamos preparados para contrariar nossas vontades pecaminosas, e assim, poderemos vencer, pelo simples fato de estarmos nos abençoando com a sabedoria iminente de quem conhece a si mesmo, o suficiente.