Os pontos de encontro. Em que se demarcam os territórios, e as óbvias fragilidades dos que fingem regozijar sua própria existência. Local de convergência da euforia e da falsa modéstia. Do fingimento envolvido em falso comprometimento social. Na confraternização do eu em detrimento do você.
Nos bares, tavernas, boates, botequins, praças, bancos dispersos e na própria convivência diária, fingem-se estar onde gostariam. Mas não assumem que não estão em sua própria morada, qual seja, seu próprio ideário incorrupto.
Pois estão corrompidos. Não no sentido da tipicidade penal, não em relação ao crime de corrupção, mas em relação à usurpação da própria identidade. Pois encontram-se para propagar feromônios. Jamais o fariam para criar bases sólidas de convivência fraterna.
Isso. Esses são os lobos de si mesmos e plantas daninhas da cultura da sociedade. Pois eles criam a narrativa do nós contra eles. Criam a falsa esperança de que estão no auge de suas próprias sobriedades.
Não disse isso em despeito ao cenário político, pois ele ao menos cria união para certos grupos. Digo em relação ao fingimento constante de que todos não deveriam subverter às vossas próprias vontades. Pois é isso que vocês querem.
Sim, o parágrafo anterior é o sarcasmo revestido da própria sensação de que não há verdade nos pontos de encontro. Pois o ponto crucial, cujo encontro já não está mais sendo estimulado, é o encontro com si mesmo. Apenas vivem a vida alheia, querendo transformar-se em falsas narrativas de si mesmo.
Quando qualquer um que seja, que transige no meio das próprias falácias, encontra comportamentos semelhantes aos seus, mesmo que mesquinhos os sejam, sorri com serenidade. Mas quando encontra a diferença altruísta, sente-se amedrontado ou desinteressado. Nesses ditos, “pontos de encontro”, que encontramos, o que não precisava ser encontrado. Pois é fútil.