Na circunscrição do sistema solar, encontramos dispersos os planetas, tais quais, orbitam em torno do próprio eixo. Vivem a singela exuberância da individualidade. Apesar disso, estão balizados pelo giro constante em torno de nossa estrela, o sol.
O senso comum acima aludido já demonstra o óbvio: Marte e Vênus são diferentes, mas mantém semelhanças. Apesar de estarem iludidos a respeito da própria autonomia, são heliocêntricos. Mas, ainda assim, resguardam diferenças de um para com o outro. São ditos heliocêntricos justamente por circundarem o objetivo comum da fraternidade.
Não adiantaria acreditar que Marte e Vênus são de igual natureza. Nenhum se sobrepõe ao outro. Mas compõem o idealismo da conjuntura máxima da ornamentação cósmica do universo. Qual seja, o alinhamento de Marte e Vênus.
Bem se sabe que cada um em sua própria órbita não possibilita que estejam alinhados com frequência. Isso é natural, pois caso contrário, o universo pararia. E o que é estático e sem movimento não representa a verdade dinâmica das coisas.
O que faz com que esse alinhamento seja tão espetacular para os expectadores é, justamente, sua escassez e raridade. Caso fosse banal, perde o significado. O desmonte do tabu cria um contexto de irrazoabilidade dos sentidos pregados por esse distanciamento.
Curioso é que nesse longo intercurso entre o alinhamento de Marte e Vênus, ambos pensam e ficam ansiosos pelo encontro. Justamente pelo fato desse encontro representar o epicentro das expectativas.
Já querem desmitificar os arquétipos marciano e venusiano, como se não tivessem significado. Como se não pudessem representar um sentimento de pertencimento genético, biológico, anatômico, milenar e social. Mas lembrem-se: até nesse choque de realidade tais arquétipos permanecem, pois podemos renunciar direitos materiais isolados, mas nossa constituição imaterial é irrenunciável.