A liberdade é um fato. Inclusive a física, que se dá pela própria possibilidade matemática de fazer o que quer como é possível ser feito. Há quem diga que não existem forças cogentes e regentes do universo, para muitos isso é apenas um algoritmo, para outros, isso é Deus.

Alguns diriam que Deus não existe por não demonstrar sua existência. Mas o fato de sermos livres demonstra cabalmente a sua existência. Afinal, caso não existisse nada, não estaríamos discutindo a existência de algo: seríamos apenas uma constante inanimada, que não detém o livre arbítrio.

Se disserem que Deus nos daria discricionariedade e poder para decidir a respeito de muitas coisas, caso fossemos realmente seus filhos. Responderia que nos esquecemos que já temos, para decidirmos muito mais coisas que imaginamos.

Ser livre para decidir uma pauta cotidiana, uma agenda de pensamento, uma aglutinação de comportamentos. Tudo isso representa o auge da potencialidade do próprio existir. Esquecemos que o ser humano é dotado de autonomia existencial, seu fator de sentido ontológico mais rebuscado.

Seja livre, faça o que te der vontade, desde que reconheça a diferença entre vontade e tentação, pois até na tentação, reside o toque divino em nosso comportamento. Não sou eu quem vai se rebelar contra a ordem vigente. Prefiro ser guerreiro de cruzada do que ser um antropofágico vampiresco. Ser ou não ser, eis a questão. Ou melhor, ser ou ser, sou um cristão.

Muitos diriam que não existe um sopro miraculoso, mas se esquecem que não podemos explicar muita coisa, mas muita coisa tem sido explicada. Apenas um sopro miraculoso seria capaz de dar existência ao que não foi descoberto. Caso contrário, saberíamos de tudo ou não saberíamos nada.

Caso esteja se questionando a respeito da existência de uma força cogente racional, lembre-se: isso se dá porque você sabe tudo ou não sabe nada. Seja o gostosão ou um jumento. Prefiro ser eu, batizado, crismado e buscando um próximo sacramento.