Afinal o que é liberdade, e como ela reflete nossa intimidade? Quem não se depara com a própria consciência, diria que não somos livres. Mesmo em uma sanguinária ditadura estaremos livres perante à realidade física. A liberdade é resultado natural da existência somada à consciência. Quem é ciente de si e dos demais, sabe quais os limites pode transgredir. E transgredindo-os sofrerá a consequência de ser livre.
E ser livre é natural para quem expressa o que pensa. Não existe ser misterioso que seja totalmente livre. Pois a própria censura da nossa liberdade, que cria o ar de mistério que emanamos para os outros. Seria isso (ser misterioso) bom ou ruim?
Diria que os dois, pois quando somos misteriosos, censuramos nossa liberdade em prol da intimidade. Mas para quem pensa de forma grandiosa, quem visa alcançar o topo das colinas, não liga para própria intimidade, quando a intimidade, é resultado da censura da liberdade.
Mas o que define se a intimidade deve ser priorizada? Claro que o amor-próprio é decisivo para isso, tendo em vista que quem ama o suficiente a si mesmo, muito liga para o quão íntimo é da maioria das pessoas. Pois a intimidade não é uma carta de baralho disponível jogada ao acaso para as mãos dos jogadores dos carteados da vida.
Porém, de forma inversamente proporcional, quem não ama a si mesmo o suficiente, precisa do mundo com intensidade, e por isso, nutre cada vez mais a liberdade, e a liberdade envolve a plena busca do encarceramento de si mesmo nas celas das expectativas alheias. O que torna a liberdade, algo ambíguo.
A liberdade exige maior autorresponsabilidade, pois sem autorresponsabilidade não existe liberdade. Por isso, prefiro ser livre, prefiro me encarar frente a frente, e saber que levarei facadas da realidade, por ser excessivamente sincero, mas nunca, nunca deixarei, debaixo do tapete, minha plena certeza de que vivo, para casualmente encontrar, o ouro que a liberdade me trará nos mares abertos das buscas de tesouros. E meu tesouro de hoje, pode não ser o de amanhã, pois minha liberdade permite, que eu seja autorresponsável por minhas próprias ansiedades e falha.