Qualquer um que tenha o mínimo de senso de comunidade, que realmente entenda a relevância dos entraves calorosos provocados nos encontros de fim de tarde em botequins, entende claramente que um ideólogo de botequim tem uma relevância “supra-acadêmica”.
A academia está isolada, se esconde nas vestes do falso compromisso com o cotidiano conservador da vida.
As ciências humanas, são ainda mais humanas quando volvem a face ao humano comum. As ciências sociais, são ainda mais sociais quando envolvem a comunidade e percepções baseadas na opinião e no jeito tradicional de ser. Não há nada mais elitista que não conseguir comunicar com leveza, a própria opinião, sem perder, é claro, a petulância e a arrogância descontraída das conversas dos botequins.
Quem finge estar imerso em compromissos sociais academicistas sombrios, se esquece, que a verdadeira luz, está nas borracharias, nos restaurantes, nos corredores das empresas, nas recepções dos comércios.
Lá, reina a verdadeira luz de compromisso social. Enquanto isso, muitos fingem crer que determinados “cientistas sociais”, são verdadeiramente responsáveis pela produção da opinião que dissemina.
E a verdade, não está mais próxima na epistemologia barata academicista do que na boca chula de um pai que conversa fiado no final do expediente. Invoquemos o arquétipo popular. Qual tem mais respaldo?
- O ideólogo de botequim, que vocifera seus achismos cotidianos, como uma forma de substituir a saliva pela sudorese de um dia cansativo. E sente orgulho de ser o “tio do zap”
ou
- Um academicista metido à filósofo que se esconde na capa vampiresca de quem finge produzir, mas não é capaz de se dar conta que sua miséria de alma é reflexo da própria ignorância?
Nunca foi tão fácil responder algo assim. Pelo menos ao meu ver.