A comida trouxe a paz ou a guerra? Lutamos para comer, ou comemos para lutar? A verdade é que todo alimento natural tem se tornado cosmopolita, o que significa que necessariamente somos uma fração de um todo. Desde às hortaliças bienais (de clima frio), até as tropicais, estamos diante de um intenso contexto de adaptação e melhoramento.
Essa adaptação começa no dia a dia, até atingir o melhoramento de si mesmo. Que envolve o entendimento de que nutrir o corpo, pode ser sinônimo de nutrir objetivos. Quem nunca se deparou com um contexto de intenso prazer ocasionado pela causalidade da alimentação.
Todo prato, tem de ter origem da terra, pois da terra, que comungamos com a realidade. A partir dela, que estamos no eixo de nós mesmos. E sempre que comemos algo, mesmo que não seja do nosso agrado, acaba sendo o agrado do nosso metabolismo, pois nutrir, como em uma arte tem o lado subjetivo, mas principalmente o objetivo, que envolve a força por traz de tudo que nos move.
Comemos para lutar, pois a luta, depende da vitamina da emoção, que torna o ato de almoçar, sinônimo de confraternizar. Que torna o ato de almoçar, sinônimo de meditar, que torna o ato de almoçar, sinônimo de esbravejar. Esbravejar contra os limites da própria ignorância.
Pois quando comemos com calma e paciência, o ato de servir e ser servido, cria o nexo entre o prazer de viver, e viver para ter prazer. Assim é a vida. Como se em um intenso contexto de experiências, estivéssemos diante da esteira da própria oportunidade de comer o produto da terra.
Sábio o homem que alimenta. Mais sábio o homem que produz. Pois este sim alimenta. Alimenta a todos. E sim, o mais nobre dos feitios, é saber comunicar com a natureza. E como se estivéssemos em uma mansão de delírios eufóricos, acabamos por convergir tudo isso em um silêncio sereno, característico de quem comunica com o solo.
Mas a sabedoria nunca existiria sem o exercício da virtude de servir. De dominar a arte da culinária, a linguagem do sabor, e o carisma e gentileza da nutrição, que vai além de um simples almoço. Toca o coração de qualquer um que sabe que viver em paz consigo e com os outros, é sinal de que alimentar faz bem. Por isso, devemos torcer para que todos possam comer para lutar, pois ter de lutar para comer, cada vez mais, deve ficar no passado. Pois quem serve, sempre é servido, com o dom e graça da fartura da nossa mãe natureza.