LÁGRIMAS DE CROCODILO
No apagar das luzes da metade de seu mandato – cujo traço mais marcante é o nepotismo –, o prefeito Athos Avelino não tem o que comemorar. Muito pelo contrário, desde os primeiros atos conseguiu o que parecia impossível: desagradar a gregos e troianos.
Ao avizinhar o terceiro round, com o coração partido e os olhos cheios de lágrimas, veicula propaganda milionária para justificar sua péssima imagem, atribuída a uma suposta dívida de R$ 70 milhões, da qual, como vice de Tadeu Leite, ajudou a construir.
Entretanto, não precisa recorrer a nenhum cardiologista de renome para diagnosticar porque apresenta índices rastejantes de popularidade. Clínico geral que é – mais do que ninguém – pode diagnosticar que o mal se deve à inoperância e incompetência de familiares e correligionários, que entendem tanto de administração pública como seu vice Sued Kennedy entende de cabala mística e engenharia genética.
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MÃO LIGEIRA
Outra foto fora das quatro linhas feita pelo colunista de plantão teve como personagem Reinaldo, vocalista do Terra Samba, em Salinas. O flagrante registra o exato momento em que um exemplar da cachaça Erva Doce, atirada de um dos camarotes, testava os seus reflexos.
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FOGO CRUZADO
Nem todos falam a mesma língua no palácio municipal. Metade julga que a amiga e estrategista do rei tem a sutileza de um trator de esteira. A outra banda prefere achar que seus métodos (pelo conteúdo e forma) lembram mais a delicadeza de uma perfuratriz.
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BOM ENTENDEDOR
O vereador Athos Mameluque marcou posição em não comparecer à reunião que elegeu a nova mesa diretora da câmara municipal. O silêncio foi compreendido até mesmo pelo novo maestro do legislativo, Cori Ribeiro que – apesar de ser igualmente marinheiro de primeira viagem –,já compreendeu que o jogo do poder pressupõe tais tipos de artimanha.
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DEUS TUPINIQUIM
O importante é a versão e não os fatos. A maioria dos governistas jura que o dedo do deus tupiniquim não agiu – em nenhum momento – para determinar os rumos da eleição na câmara municipal, embora todas as evidências indiquem justamente o contrário.
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GOSTO AMARGO
Ninguém, nem mesmo setores da imprensa, estão virando suas metralhadoras contra o terceiro andar do paço municipal para sentir na boca o gosto amargo de sangue. Todos – sem exceção – agem em legítima defesa de terceiros.
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BON VIVANT
O ex-governador Newton Cardoso perdeu a eleição para o senado e – nem por isso – deixou de fumar religiosamente dez charutos Montecristo por dia. A unidade do legítimo cubano, para os menos entendidos, custa nas boas casas do ramo a bagatela de R$ 80. Uma fortuna para os mortais comuns, mas nada, uma simples diversão para quem integra o restrito clube dos mega-empresários de Minas: o que difere um pobre do rico é o preço de seus brinquedos.