VIA-AÉREA
O prefeito Athos Avelino não causou nenhuma inveja aos aprendizes de política com o discurso proferido, anteontem, na Amams. Muito pelo contrário: revelou que quatro anos como vice-prefeito, dois anos na Câmara Federal e dois anos como manda-chuva de Moc, não foram suficientes para dar ares de amadurecimento ao seu discurso.
Primeiro, perdeu precioso tempo de sua fala para dizer que havia chegado de avião minutos antes do início da solenidade. Isso, como se viagem de avião fosse uma grande novidade para os prefeitos que o assistiam. Ainda fora de órbita, limitou-se a tratar de temas sem nenhuma relevância para seus colegas de profissão, que certamente sempre esperam muito mais dos prefeitos de Montes Claros, que - como regra e até então - se nivelavam por cima em função da boa retórica.
De modo que, após subestimar a seleta platéia, era voz corrente que o clínico geral perdeu uma ótima oportunidade de ficar calado. Até porque, enquanto respirava ares mais frescos em Buenos Aires, os demais prefeitos - tostados impiedosamente pelo sol do Norte - faziam, mesmo não ganhando tão bem quanto ele, trabalhar diuturnamente para justificar as expectativas de seus eleitores.
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FOGO CRUZADO
ZERO BALA – Antes de ser entrevistado por uma emissora de TV local, o prefeito Athos Avelino, após descer da mesa de honra da Amams, foi indagado pelo repórter como estava. Não titubeou: “zero bala”. Pronto, portanto, para redobrar suas energias e fazer o governo prometido em campanha. Dois anos são mais do que suficientes para descer do palanque.
APLAUSOS – Este escriba de plantão não precisou usar sua antena parabólica para notar que a citação do nome de Athos Avelino pelo deputado Carlos Pimenta, após sua chegada atrasada na reunião da Amams, só mereceu aplausos porque o coro foi puxado por seus asseclas. Aliás, doravante o chefe do executivo vai precisar amiúde dessa velha tática para não passar vexames em público.
PUXÃO DE ORELHAS – Mesmo reeleito por aclamação, o presidente da Amams, Valmir Morais, não perdeu oportunidade de orelhar parte de seus oito vices que – pelo menos no papel – deveriam fazer da estrutura da entidade um atalho para canalizar benefícios para as regiões que representam. “Alguns não estão nem aí” – alfinetou o mega plantador de café, em cujo terreno (como na boa política) corpo mole não produz bons frutos.
IMPONTUAL – Nossa modesta inteligência continua tendo Reinaldo Teixeira, prefeito de Capitão Enéas, como uma das lideranças políticas mais bem articuladas da região. Todavia, a impontualidade e a falta de compromisso com seus fornecedores, prestadores de serviços e até assessores mais próximos, maculam sua imagem. Na reunião da Amams, da qual é vice-presidente, chegou anteontem com exatos 45 minutos de atraso. Tem tudo para virar o jogo, inclusive olhos de lince, que sempre lhe abriram boas portas, como na Copasa, por exemplo.
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José Prates, prefeito de Salinas, surpreendeu muita gente anteontem, durante a reunião da Amams, ao lembrar que ficou um ano e meio preso no exílio. Mas Prates, por não ser narcisista, costuma não revelar outra face pouco conhecida da maioria: além de presidir a Academia de Letras do Distrito Federal, é autor de uma obra prima, “O Tropeiro e o Menino”. Sem contar que é amigo de Lula desde a época das vacas magras. Tanto é verdade, que na semana passada, arrancou do Ministério do Turismo um milhão de reais para construção, em Salinas, de um moderno centro de convenções.
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POLÍCIA COMPETENTE
A despeito do farto noticiário policial da mídia, no ano passado ocorreu em Montes Claros redução no índice de criminalidade. É claro que o avanço é fruto da integração das polícia civil e militar, mas é preciso fazer justiça: a PM,a quem compete o policiamento ostensivo, é que pega o boi pelo chifre, arriscando, diariamente, a vida de seus integrantes. A foto, feita durante o Carnamontes, denota que a corporação está sempre de prontidão e, pelo perfil dos transeuntes, nem sempre cercada de padres e freiras.