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Ciência social

Jornal O Norte
Publicado em 22/05/2009 às 12:07.Atualizado em 15/11/2021 às 06:59.

Ramom Alves



Diferentemente das ciências exatas, como a Química, a Física ou a Matemática, onde os fenômenos podem ser exatamente quantificados e prenunciados em números expressos por graus, metros, centímetros, milímetros, e velocidade entre outros, a Economia trata de questões que estão relacionadas à atitude das pessoas e como elas percebem e reagem a situações que envolvem seu bem-estar. Podemos determinar pela análise histórica como as pessoas, em sua grande maioria, poderão reagir a determinada ação, entretanto, questões que envolvem a cultura, a religião, o sistema político, o nível educacional podem alterar ações e reações passadas.



A sociedade é evolutiva, portanto, a economia não é estática, pois  reflete os posicionamentos tomados pela sociedade. Sendo assim, o próprio conceito da Economia não foi, ao passar dos séculos, imutável. As primeiras anotações econômicas são de Aristóteles na antiga Grécia e tratavam de conselhos de como administrar  o lar, em consonância com a origem da palavra economia: oikos (casa) e nomos (lei), ou seja, a lei da casa. Por isso se diz que não existe melhor economista do que a dona de casa.



Já na Idade Média, o conceito se alterou incorporando a prioridade da sociedade da época. A política mercantilista, baseada do acúmulo de ouro, conduzia a definição da Economia para a “arte de bem administrar o Estado com o fim de fortalecê-lo”.



No período renascentista, com o florescimento da Economia como ciência, a partir da obra de Adam Smith (1776) A Natureza das Causas da Riqueza das Nações, o conceito passou a incorporar uma visão científica e metodológica, baseada no trinômio produção-consumo-distribuição.



Somente no inicio dos anos 30, o conceito citado inicialmente, mais voltado à característica de ciência social,  foi elaborado e permanece até hoje.



Esta questão evolutiva nos remete a outra discussão acerca das questões econômicas que se refletem na sociedade de forma muito presente. Os políticos e os economistas costumam rotularem-se de acordo com seu posicionamento ideológico sobre um determinado autor, ou corrente de pensamento. A base científica da Economia está centrada em três autores: Adam Smith, já citado; Karl Marx (1867) – O Capital – e John Maynard Keynes (1936) – Teoria Geral do Emprego, dos Juros e da Moeda.



Evidente que as obras citadas incorporaram preceitos econômicos validados pela realidade e são de extrema importância, entretanto, também contêm posicionamentos  intimamente ligados às questões peculiares da sociedade da época em que foram concebidas. Esclarecendo, entendemos que os postulados de Smith, Marx, Keynes e de outros autores devem ser colocados diante de sua época específica. Portando, não interessa se o economista ou político é liberal, marxista ou keynesiano, ou ainda de uma de suas vertentes, socialista, neo-liberal ou pós-keynesiano, mas sim o resultado das políticas e ações econômicas empreendidas que não podem estar dissociadas do objetivo maior da Economia, qual seja, O BEM ESTAR SOCIAL.

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