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Domingo,8 de Junho

Chacrilongos

Jornal O Norte
Publicado em 14/01/2010 às 09:42.Atualizado em 15/11/2021 às 06:16.

José Wilson Santos


zewilsonsantos@hotmail.com



Meu amigo dom Clóvis, phd em mocréia, que norteia sua vida amorosa pela máxima de que por trás de uma feia cara tem sempre uma Raimunda, me disse dia desses que cronistas são uma raça sem que fazer, daí terem todo o tempo do mundo pra alinhavar palavras e formarem textos supimpas.



Mas sem que fazer, dom Clovis, são esses doninhos e doninhas que estacionam os esqueletos nas calçadas, em pleno centro comercial, e avacalham o trânsito de pedestres durante longo tempo.



Com alguma coisa em torno de 400 mil almas, Montes Claros está atulhada, com gente saindo pelo ladrão. Tanta que já justifica fechar o centro comercial aos veículos, liberando geral pras pessoas. Mas ainda assim tem neguinhos e branquinhos sem nenhum desconfiômetro, que param no meio das calçadas apertadas e engatam longos papos, congestionando meio mundo.



Dependendo da época do ano eles param em bandos, feito capivaras, via de regra pra fazer um balanço da vida alheia, indiferentes ao transtorno que causam. Devem ser essas mesmas pessoas que, nos supermercados, param os carrinhos no meio do corredor, enchendo o saco dos demais, obrigados a esperar que elas passeiem pelas gôndolas à procura do que, parece, só Deus sabe.



Ôrra, meu!



Só pode ser pra torrar a paciência dos cristãos, ou então exercitarem o espírito de porco que trazem chafurdando no peito.



É questão de bom senso, para não dizer de respeito aos outros, estacionar o esqueleto adequadamente. Por quê não encostam na parede, liberando a calçada enquanto fazem o tricô? E colocam os carrinhos de feira ao lado da gôndola, deixando os corredores dos supermercados livres para os demais clientes?



No período de chuva esses chacrilongos arranjam outra presepada igualmente chata: andam com guarda-chuvas e sombrinhas abertas por debaixo das marquises, espirrando água nos pobres mortais. E andam de maneira tão estabanada que os pobres mortais precisam estar ligadões, se não quiserem ter os olhos furados.



A cidade cresceu, agigantou-se, virou metrópole, mas muita gente parece não ter se dado conta disso, continuando a se comportar como no tempo em que se amarrava cachorro com lingüiça do Hortamaral. A situação também é vista no trânsito. Caras que vão entrar  à esquerda se deslocam pro lado direito da pista, antes de convergir. Sinalizam para um lado e viram pro outro. Não sinalizam ôrra nenhuma e convergem assim mesmo. Outros param os carros lado a lado e colocam as novidades em dia, numa boa, como se Montes Claros não tivesse frota superior a 130 mil veículos. Tem quem estaciona na calçada e outros locais proibidos, anda pela contramão, fala ao telefone, dirige um quarteirão inteiro olhando para trás, para a bunda da boazuda, e assim caminha a humanidade montesclarense.



Fazer o que, né Índio Velho?

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