A redução da produção de cereais e a estratégia de produção de biocombustíveis têm baixado os estoques de alimentos em todo o mundo. Além disso, a alta nos preço de petróleo e aumento da população são um sinal de alerta para uma possível crise alimentar mundial.
A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO na sigla em inglês) chegou a advertir sobre a possibilidade de que a crise alimentar vivida por países em desenvolvimento em 2007-2008 possa se repetir.
Pelos dados da FAO, quando a crise foi desencadeada, os estoques globais de cereais estavam em níveis mais equilibrados do que os que vêm sendo registrados nos últimos meses. Ou seja, o planeta corre o risco de viver um período de fome. E quanto mais os estoques se reduzem, mais os preços aumentam.
Apesar de alguns países, especialmente do oriente, estarem investindo em estratégias de reservas, inclusive para evitar possíveis racionamentos, a ameaça de conflitos sociais não é descartada, nem mesmo pela ONU.
Por esta razão, a FAO vem empreendendo uma campanha para que os países em desenvolvimento revejam suas políticas de energia e estratégias de produção e gerenciamento de biocombustíveis, já que estes são responsáveis pelo desvio anual de 120 milhões de toneladas de cereais que poderiam ser utilizadas para o consumo humano.
Somada à crise ecológica em que vive o planeta, que tem sido submetido a catástrofes naturais cada vez mais destruidoras, a redução da produção de alimentos está se tornando uma ameaça à sobrevivência da humanidade.
Por mais pessimista que a avaliação possa parecer, a verdade é o que momento ora vivido no mundo é de conflito e inquietação, com a possibilidade de desdobramentos nada animadores.
Jerúsia Arruda
Editora-chefe