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Quinta-Feira,18 de Dezembro

Carnaval, Fraternidade e... o Papa

Jornal O Norte
Publicado em 15/02/2013 às 09:21.Atualizado em 15/11/2021 às 16:58.

* Mario Eugenio Saturno



A Campanha da Fraternidade deste ano deveria começar no último dia 13 de fevereiro, mas... O carnaval mal havia começado e eis que o Papa “rouba a cena”. Os noticiários, que estariam mostrando seios e nádegas desnudos, apresentavam uma figura bem mais vestida e cuja vestimenta não era fantasia de carnaval: o próprio Papa Bento XVI. Realmente, o anúncio da renúncia surpreendeu a todos. E não é para menos, a última renúncia aconteceu há 598 anos.



Não nego que estou duplamente triste, pelo envelhecimento do Papa a quem ainda estou aprendendo a amar e respeitar, mas também pela não nomeação a Cardeal do meu candidato dom Orani, grande comunicador com quem convivi algum tempo e que creio tem potencial para ser um grande Papa.



Se Quaresma é um tempo para reflexão e penitência, o próprio Papa não poderia ter escolhido melhor hora para anunciar o fruto de suas próprias reflexões e fazer o melhor para a Igreja de Deus, Jesus Cristo e Espírito Santo.



E, no Brasil, a Quaresma é celebrada de modo especial com a Campanha da Fraternidade. E neste ano ainda mais, pois que comemoramos 50 anos de Campanha e esta vai abordar a temática “juventude” com o objetivo de fortalecer a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) que acontece no Brasil neste ano e que deve ter a presença do Papa.



A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) espera que seja revelada e exposta a realidade da juventude, compreendendo a riqueza de suas diversidades, potencialidades e propostas, como também os desafios.



A Campanha da Fraternidade promoverá na Igreja um acolhimento dos jovens atenta ao tempo atual com seus problemas e sua capacidade de atuação na mudança para a melhor da sociedade e do próprio jovem tendo como exemplo Jesus Cristo e como valores a vida, a justiça e a paz.



A primeira Campanha foi feita na comunidade rural de Timbó, no município de Nísia Floresta (RN), arquidiocese de Natal, em abril de 1962, com o objetivo de fazer uma coleta em favor das obras sociais e apostólicas da arquidiocese. Não se queria uma “esmola”, mas algo que caracterizasse o cumprimento do dever, o dever elementar do cristão, conforme palavras do próprio dom Eugênio de Araújo Sales.



Essa experiência bem sucedida foi adotada em 1963 por 19 dioceses do Regional Nordeste 2, nos estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Alagoas. E Em 1964, a própria CNBB assumiu a Campanha da Fraternidade.



Nas palavras do santo Papa, desta Campanha espera-se ver multiplicada nos jovens de hoje a mesma resposta que dera a Deus o profeta Isaías: “Eis-me aqui, envia-me!”(6,8). E que a Igreja no Brasil se empenhe por ajudar os jovens a tornarem-se “protagonistas de uma sociedade mais justa e mais fraterna inspirada no Evangelho”. E, mais, requer guias para os jovens, padres, consagrados ou leigos que permaneçam novos por dentro, mesmo que não sejam de idade, capazes de fazer caminho sem impor rumos, de ter uma empatia solidária, de dar testemunho de salvação, que a fé e o seguimento de Jesus Cristo cada dia alimentam. Amém, bento Papa, Papa Bento!



 * Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano (cienciacuriosa.blog.com).

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