Já fui candidato a vereador. Venci e perdi algumas. Para o eleitor é preciso que ele fique sabendo fatos interessantes que envolvem a questão. O renomado Frei Betto escreveu interessante  artigo neste final de semana sobre o assunto que merece ser colocado para a conscientização de muita gente em nossa região, e também de candidatos aos cargos eletivos. ”O que poucos  candidatos sabem  é que servem de escada para a vitória eleitoral de políticos que eles criticam. Pra se eleger é preciso  obter quociente eleitoral o que a maioria dos eleitores não sabem”.

A maioria acredita que são empossados os candidatos a deputados que recebem mais votos. Se enganam. João pode  ser eleito ainda que receba menos votos do que Maria. Basta o partido de João atingir quociente eleitoral.

É muito difícil um único candidato obter, sozinho votos suficientes para preencher o quoeficiente eleitoral. Casos como o do palhaço Tiririca, que teve milhares votos, são raros. A coisa funciona assim: a Justiça Eleitoral soma os votos dados apenas ao partido, sem indicação do candidato. Escolher o partido é muito importante. Votar somente de olho no candidato pode resultar, caso ele seja eleito, na eleição de candidato de outro  candidato do partido. Neste aspecto, a frustração pode ser geral, pois o candidato se entrega ao trabalho, mobilizam familiares e amigos, gasta uma fortuna e quando terminam as eleições ele percebe que serviu para alavancar candidaturas tradicionais e viciadas. Primeiro o nosso voto vai para o partido e depois para o candidato. Os mais velhos na política sempre afirmam, e com sabedoria que o partido político é igual peixe, tem que ter candidatos cabeça, com mais votos, corpo os mais ou menos votados, e os do rabo, menos votados, para que se forme o quoeficiente.

Aqui em Montes Claros, por exemplo,  principalmente para deputado estadual temos candidaturas viáveis, sérias e que em muito poderiam tornar-se sucesso eleitoral, mas percebe que muitas delas vão servir para alavancar outros políticos , o que é pior, de outras regiões. Bons nomes, honesto, boas propostas eles  vão ter votação expressiva, mas poderão sair frustrados diante dessa injustiça eleitoral. Em outubro, depois do dia 5 de outubro, quando forem abertas as urnas vocês me falam.