Petrônio Braz
Lembrando-me de Érico Veríssimo, em “Caminhos Cruzados”, sou levado a reconhecer que o tempo passa, as pessoas envelhecem, mas os seus escritos permanecem novos como no tempo em que foram publicados. Há pessoas que nascem, sofrem e morrem; mas há as que nascem, realizam e se eternizam como Simeão Ribeiro Pires, Brasiliano Braz, Zé Coco do Riachão, Manoel Ambrósio, Godofredo Guedes.
Para minha satisfação pessoal e dos leitores, vou trazer à memória nomes que também já se fixaram culturalmente no conceito da geração atual: Amelina Chaves, Haroldo Lívio de Oliveira, José Luiz Rodrigues, Oswaldo Antunes, Reivaldo Simões Canela e Ronaldo José de Almeida.
A poetisa e escritora Amelina Chaves, montes-clarense de coração, pertence à história de Montes Claros, com incontáveis obras publicadas. Autora, entre outros, de “Jagunços e Coronéis”, “O Eclético Darcy Ribeiro”, “João Chaves – Eterna Lembrança”. Em seu livro “Priapo de Ébano” ela externou o que de mais bonito se esconde na intimidade de seu próprio ser. Ela é membro efetivo da Academia Montesclarense de Letras, da Academia de Letras, Ciências e Artes do São Francisco, do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros, correspondente da Academia de Letras, Ciências e Artes de Várzea da Palma e de inúmeras outras instituições culturais.
Haroldo Lívio de Oliveira, cidadão brasilminense de nascimento, montes-clarense de coração, como informa Wanderlino Arruda, é o mais decantado cronista no amanho das letras nas colunas dos jornais de Montes Claros. Ele é advogado e escritor, sendo casado com a socióloga D. Maria do Carmo. Membro da Academia Montesclarense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros (2º vice-presidente) e da Academia de Letras, Ciência e Artes do São Francisco.
O poeta José Luiz Rodrigues, natural de Mirabela, graduado em Direito, depois de ter circulado por Brasília de Minas e Januária, cidades onde marcou presença, fixou-se definitivamente em Montes Claros. Autor do Hino oficial de sua terra natal, ele é um filósofo da vida. Como professor atuou no Curso Pierre (que fundou) e na E.E. Prof. Plínio Ribeiro. Além de poeta, é escritor e jornalista. Seus livros “O Verme Estrangeiro” e “Mocambo” são obras primas da literatura regional. É membro efetivo da Academia de Letras, Ciências e Artes do São Francisco, tendo sido dele a idéia de sua fundação. Criador do Prêmio Parnaso de Cultura, tem marcado presença no meio cultural do Norte de Minas.
O jornalista Oswaldo Antunes, brilhou por muitos anos como estrela de primeira grandeza no universo jornalístico de Montes Claros. Depois de um longo inverno, em hibernação literária, ele nos brindou com seu livro “A Tempo”, onde nos traz a lembrança do presente e do passado, numa projeção de futuro. Graduado em Direito, jornalista emérito, Oswaldo Antunes atuou com brilhantismo no “O Diário”, de Belo Horizonte e, por 38 longos anos no “O Jornal de Montes Claros”, cujas máquinas impressoras silenciaram, como lembra Pedro Narciso, no dia 10 de março de 1990.
Da leitura das crônicas de Reivaldo Simões de Souza Canela sentimos a trajetória de seu crescimento, que se completou com o lançamento do seu primeiro livro “Menino Pescador”. Reivaldo Canela é filho do imortal Cândido Canela. Sobre ele, há poucos dias, escrevi duas crônicas enfocando o seu livro e a magia de dele se extrai. Nasceu em Montes Claros, sendo graduado em Direito, exercendo o jornalismo há muitos anos. Amante do sertão, ele é um ecologista. Integrou a Academia Montesclarense de Letras, à qual chegou a presidir, e a Academia de Letras, Ciências e Artes do São Francisco, mas de ambas retirou-se, requerendo a resignação do título, mas estará retornando como sócio honorário da ACLECIA.
Ronaldo José de Almeida é uma revelação. Saiu do escondedouro de sua individualidade com seu primeiro livro “Data Vênia Excelência”, com Prefácio de Amelina Chaves, que afirmou ser ele “um exímio artesão, costurando o destino dos personagens com admirável maestria, arrebatando a atenção do leitor”. Ele, mineiro de Belo Horizonte, radicado em Montes Claros, advogado militante, é membro efetivo da Academia de Letras, Ciências e Artes do São Francisco. No seu segundo livro “Mademoiselle”, já no prelo, como Combettes, ele escreve com um diamante sobre uma folha de aço temperada, deixando que a nossa mente, como limalhas de ferro, adira ao contexto da escrita, colocando em evidência a magia de seu conteúdo.