Caleidoscópio: Produção literária I - por Petrônio Braz

Jornal O Norte
03/09/2008 às 10:35.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:42

Petrônio Braz

Os seres dotados de racionalidade, de consciência de si, de capacidade de agir conforme fins determinados e com discernimento de valores, conhecidos como pertencentes à espécie humana, que não estiverem afeitos às lides literárias deste Norte das Gerais, não devem ter notado o crescimento em quantidade e em qualidade, da produção representativa das letras regionais nos últimos anos.

Um Mutirão Cultural da União Brasileira de Escritores-UBE reuniu dezenove mil participantes. Uma exposição de nomes, no Norte de Minas, deve ultrapassar a casa de uma centena.

Os ícones da cultura deste sertão permanecem intocáveis e inesquecíveis como, entre outros, Ciro dos Anjos, Urbino de Sousa Viana, João Vale Maurício, João Luiz Lafetá, João Chaves, Nelson Washington Vianna, Cândido Canela, Hermes Augusto de Paula, Aderbal Murta de Almeida, Dulce Sarmento, mas outros se fazem presentes, contribuindo para o aprimoramento cultural da região, com um acervo literário de larga erudição, na poesia, no conto, no romance ou nas crônicas, com destaque, neste primeiro registro, para Luiz de Paula Ferreira, Yvonne de Oliveira Silveira, Wanderlino Arruda, Manoel Hygino dos Santos e Dário Teixeira Cotrim, nomes já assentados nas páginas da história.

Luiz de Paula Ferreira, nascido em junho de 1917 no então povoado de Várzea da Palma, é uma personalidade singular. Sem deixar de ser poeta e escritor transformou-se em um industrial vitorioso. Não nos trazendo em cima de seu telhado um anjo, todo molhado, de Mário Quintana, ele “Por cima dos telhados, por baixo dos arvoredos”, nos dá contas de sua vida, que ele relata para conhecimento e lembrança de seus filhos e de seus descendentes, e também para todos nós. Luiz de Paula é membro da Academia Montesclarense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros (presidente de honra), da Academia de Letras, Ciências e Artes do São Francisco e da Academia de Letras, Ciências e Artes de Várzea da Palma (presidente de honra).

A professora Yvonne de Oliveira Silveira, presidente da Academia Montesclarense de Letras, esposa do escritor Olyntho Silveira, com seus bem vividos 93 anos, encontra-se em plena atividade intelectual e social. Professora de várias gerações de montes-clarenses, tem prestado relevantes serviços à cultura regional. Honra ao Mérito outorgada pela Academia de Letras, Ciências e Artes do São Francisco. Intoxicada de cultura até o mais profundo de sua alma, Yvonne Silveira é reverenciada como ícone viva da intelectualidade local.

Da biografia de Wanderlino Arruda extrai-se que é mineiro de São João do Paraíso, reside em Montes Claros desde 1951. Cursos de Contabilidade, Direito e Letras, pós-graduação em Lingüística, Semântica e Literatura Brasileira. Presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros, membro do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, Vice-presidente da Academia Montesclarense de Letras, membro da Academia Literária e Academia Virtual de Letras, candidato em potencial para membro efetivo da ACLECIA. Wanderlino Arruda domina o vernáculo com a perfeição do esgrimista, e tem sete livros publicados em português, inglês e espanhol, e participação em várias antologias regionais e nacionais.

Manoel Hygino dos Santos, residente em Belo Horizonte, é jornalista e escritor. Membro da Academia Mineira de Letras, da Associação Nacional de Escritores, da Academia de Letras, Ciências e Artes do São Francisco, membro honorário da Academia Montesclarense de Letras e de outras instituições literárias. Cultor da língua pátria, Manoel Hygino é reconhecido nacionalmente como um dos maiores jornalistas da atualidade. Autor, entre outros, de “Tu és Pedro Nava - Um crime que ficou sem castigo”. Sua atividade cultural cobre um grande período de sua vida. Sobre ele teria que ocupar uma página inteira do jornal, e ainda seria pouco.

Dário Teixeira Cotrim, montes-clarense por adoção, natural de Guanambi/BA, é um historiador e pesquisador, membro do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros, da Academia Montesclarense de Letras, membro honorário da Academia de Letras, Ciências e Artes do São Francisco e de outros sodalícios. Com incontáveis obras publicadas, está lançando “O Laço Húngaro”, livro sobre a Coluna Prestes. Não tive, ainda, capacidade analítica para fazer dele um juízo perfeito, uma análise objetiva de sua inquietação cultural.

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