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Domingo,8 de Junho

Bala na agulha

Jornal O Norte
Publicado em 11/01/2010 às 09:38.Atualizado em 15/11/2021 às 06:16.

Waldyr Senna Batista


 


Há um ano, quando tomou posse , o prefeito Luiz Tadeu Leite deu a entender que tinha bala na agulha, graças ao que não haveria a clássica desaceleração no primeiro ano da administração para a “arrumação da casa”.



Começou por contestar a construção do centro de convenções no distrito industrial, alegando que dispunha de área mais propícia, nas proximidades do aeroporto, onde pretende implantar complexo sócio-recreativo, inclusive com centro de convenções. Com isso, pode ter perdido verba federal já liberada .O projeto seria elaborado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, mas a ideia agora é outra.



Ao mesmo tempo, diligenciou a contratação do urbanista Jaime Lerner para reformulação do trânsito na cidade, tido unanimemente como o principal problema no momento. Os técnicos do urbanista estiveram várias vezes aqui, colhendo informações e fazendo levantamentos, tendo antecipado a opinião óbvia de que o trânsito em Montes claros é muito confuso. E tanto é confuso que se tornou problema para cuja solução foram contratados especialistas tidos como os melhores do país. Há um ano a população aguarda o projeto, enquanto o trânsito se complica.



Fora isso, a nova administração cuidou de cumprir promessas de campanha, como a troca de denominação e do perfil da empresa incumbida de fiscalizar o trânsito, tendo a MCTrans reduzido a quase zero o apetite pantagruélico de multas da extinta Transmontes, uma das causas principais da não reeleição do prefeito Athos Avelino. E, apesar disso, o trânsito continuou piorando.



Quanto a realizações propriamente ditas, o prefeito adotou o velho princípio de pão e circo, principalmente circo, assumindo o patrocínio de um time de vôlei da Superliga, com o que a prefeitura desembolsou algo em torno de RS 2,5 milhões, sendo R$ 2 milhões com a adaptação do mal construído ginásio poliesportivo e o restante como quota de patrocínio do time. Até agora, o investimento tem sido relativamente bem sucedido. Há setores da cidade que responderiam melhor a gasto desse vulto, mas o único com poder legítimo de decidir é o prefeito, para isso eleito.



Outro sucesso, na mesma linha, foi a realização do reveillon às margens da lagoa do Interlagos, abstraídos os transtorno inevitáveis de congestionamento do tráfego. Mais uma vez aí está o problema do trânsito, conseqüência das ruas estreitas e do traçado irregular. Afinal, queima de fogos na virada do ano tornou-se moda no país e não custa (ou custa relativamente pouco) fazer a alegria ilusória e passageira do povo.



No capitulo da recuperação do asfalto nas ruas da cidade, a atual administração teve atuação razoável, ajudada pela baixíssima incidência de chuvas. Mesmo assim, há buracos tradicionais ganhando dimensões absurdas e esperando não meros remendos, que se soltam com qualquer chuvisco, e, sim, o processo amplo, geral e irrestrito de recuperação do asfalto, que permanece em condições vergonhosas.



Tendo encontrado dinheiro depositado na Caixa Econômica, com licitação realizada e empresa contratada para eliminação de crônico ponto de inundação no bairro Jardim Panorama, proximidades da subestação da Cemig, a prefeitura mandou realizar o serviço, que foi subempreitado pela Pavisan. O resultado foi um desastre: várias ruas danificadas para a implantação da tubulação, transtornos para os moradores e pistas de asfalto esfarinhando. Uma calamidade só comparável às inundações que se pretendia eliminar.



Esse, em resumo, com altos e baixos, foi o balanço do primeiro ano da administração municipal, que ao menos teve o bom senso de evitar aventuras maiores. E tudo indica que esse comedimento terá de prevalecer no decorrer de 2010, ano eleitoral.

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