Avanços espetaculares

Por Eduardo Costa

Jornal O Norte
Publicado em 21/05/2013 às 08:43.Atualizado em 15/11/2021 às 17:02.

Por Eduardo Costa
escreve no jornal Hoje em Dia


Uma amiga, Beatriz Lima, perguntou se sou capaz de adivinhar o que vai acontecer com o jornalismo daqui há algum tempo. Respondi não crer que o mais inteligente ou experiente jornalista consiga prever o futuro da profissão para os próximos dez anos. No caso da mídia impressa, duvido que alguém tenha algo concreto para o ano das olimpíadas no Brasil – 2016. É que as mudanças são drásticas demais, a tecnologia da informação não se cansa de nos surpreender e as facilidades para se ter em mãos a informação do momento são impressionantes. Não sei, portanto, se uma bomba que explodir às dez da manhã em Boston ainda será notícia no matutino do dia seguinte. Se tivesse de dar um conselho à mídia eletrônica, diria para a TV se tornar cada vez mais instantânea, o rádio partir para a segmentação e o jornal diário migrar com competência e rapidez para o portal de internet.


As mudanças são tão fantásticas que um exemplo basta: em 1986, depois de uma série inacreditável de outras tentativas, o governo federal anunciou o Plano Cruzado, que prometia guerra total à inflação. Naquela ocasião, tive uma ideia, logo aprovada pela chefia, que consistia em visitar três supermercados (os mesmos) todos os mesmos e fazer pesquisa de preços (dos mesmos produtos) para, assim, anunciar a verdadeira majoração de preços, fruto das maquininhas de remarcar que funcionavam a noite inteira. Durante anos, foi um sucesso. Os ouvintes acompanhavam, comentavam e pediu a inclusão de outros produtos na lista, certos de que a inflação oficial jamais batia com a real. Um dia, ouvi falar de um novo site, Mercado Mineiro, e procurei seu criador. Convencido de que Feliciano Abreu era muito mais confiável do que muita gente que se apresenta como defensor do consumidor, passei a divulgar o trabalho que, por sua credibilidade, ganhou outros veículos e hoje é uma unanimidade. Detalhe: agora, quem precisar de preços pode não apenas ser mais um dos 20 mil que acessam o site todo dia, mas, desde que cadastrados, alterar os próprios preços, de forma a torná-los competitivos. Já imaginaram o que isso significa para jornalistas, para prefeituras que precisam fazer licitações decentes, para todos, mas, sobretudo para quem precisa comprar? Existe alguma chance para o jornalista que não sintonizar numa frequência como essa?


 

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