Assistente social: desvendando a profissão

Jornal O Norte
Publicado em 14/01/2010 às 09:43.Atualizado em 15/11/2021 às 06:16.

Natalia Batista Vasconcelos *



Em 2000, quando ingressei na Universidade para cursar Serviço Social, confesso, que como a maioria das pessoas, não fazia sequer idéia do que representava a profissão de Assistente social, e principalmente, não sabia o que “fazia” um (a) Assistente Social.



Durante o curso de graduação, obviamente, minha visão sobre a profissão modificou-se complemente, pois a cada disciplina, ia revelando-se os fundamentos teóricos e metodológicos da profissão, o que a cada semestre ia configurando a representatividade da profissão e sua importância no mundo do trabalho.



A profissão de Serviço Social foi regulamentada no Brasil em 1957, e as primeiras escolas de formação profissionais surgiram em 1936, sendo uma profissão de nível superior  que  para exercê-la, é necessário que o graduado registre seu diploma no Conselho Regional de Serviço Social – CRESS, do estado onde pretende atuar profissionalmente. A lei que regulamenta a profissão é nº 8662/93.



A formação profissional é generalista, permitindo apreender as questões sociais e psicosociais com uma base teórico-metodologica direcionada à compreensão dos processos relacionados à economia e política de realidade brasileira, contexto onde se gestam as políticas sociais para atendimento das mazelas da sociedade.



A atuação profissional se faz, prioritariamente, por meio de instituições que prestam serviços públicos destinados a atender pessoas ou comunidades, que buscam apoio para desenvolverem sua autonomia, participação, exercício de cidadania e acesso aos direitos sociais e humanos; podem ser do Estado, privada e ONGs.



Desde os seus primórdios aos dias atuais, a profissão tem se redefinido considerando a sua inserção na realidade social do Brasil, entendendo que seu significado social se expressa pela demanda de atuar nas seqüelas da questão social brasileira, que em outros termos, se revela nas desigualdades sociais e econômicas, objeto de atuação profissional, manifestas na pobreza, violência, fome, desemprego, carências materiais e existências, dentre outras.



A atuação do Assistente Social se faz desenvolvendo ou propondo políticas públicas que possam responder pelo acesso dos segmentos de populações aos serviços e benefícios construídos e conquistados socialmente, principalmente, aquelas da área da Seguridade Social.



De modo geral, as instituições que requisitam profissionais de Serviço Social se ocupam de problemáticas relacionadas à: crianças moradoras de rua, em trabalho precoce, com dificuldade familiar ou escolar, sem escola, em risco social, com deficiências, sem família, drogadictas, internadas, doentes, adultos desempregados, drogadictos, em conflito familiar ou conjugal, aprisionados, em conflito nas relações de trabalho, hospitalizados, doentes, organizados em grupos de interesses políticos em defesa dos direitos, portadores de deficiências, idosos asilados, isolados, organizados em centros de convivência, hospitalizados, doentes; minoria étnica e demais expressões da questão social.



Devido a experiência acumulada no trabalho institucional, a (o) Assistente Social tem se caracterizado pelo seu interesse, competência e intervenção na gestão de políticas públicas e hoje contribuindo efetivamente na construção e defesa delas, exemplos do Sistema Único de Saúde – SUS, da Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS, e do Estatuto da Criança e do Adolescentes – ECA, participando de Conselhos Municipais, Estaduais e Nacionais, Conferências onde se traçam as diretrizes gerais da execução , controle e avaliação das Políticas sociais.



A formação da (o) Assistente Social é de cunho humanista, portanto, comprometida com valores que dignificam e respeitam as pessoas em suas diferenças e potencialidades, sem discriminação de qualquer natureza, tendo construído como projeto ético/político e profissional, referendado um seu Código de Ética Profissional, o compromisso com a liberdade, a justiça e a democracia.



Para tal, deve desenvolver como postura profissional à capacidade critica/reflexiva para compreender a problemática e as pessoas com as quais lida, exigindo-se a habilidade para comunicação e expressão oral, escrita, articulação política para proceder encaminhando técnico-operacionais, sensibilidade no trato com as pessoas, conhecimento teórico, capacidade para mobilização e organização.



A sua inserção no mercado de trabalho se dá por meio de concursos públicos, processos seletivos, amplamente divulgados em órgãos da imprensa, ou em modalidades para oferta de emprego e solicitação de serviços técnicos especializados.



As instituições que tem contratado em geral são: Prefeituras, Associações, entidades assistenciais e de apoios à luta por direitos, sistema judiciário e presidiário, sistema de saúde, empresas, sindicatos, sistema previdenciário, ONG’s, centros comunitários, escolas, fundações. Universidades. Centros de pesquisas e assessoria.



Como a injusta social e a desigualdade são persistentes e estruturais, enquanto permanecerem haverá campo de atuação profissional.



* Natalia Batista Vasconcelos é graduada em Serviço Social pelo Centro Universitário do Triângulo. Especializanda em Gestão e Políticas Públicas pela Faculdade Católica de Uberlândia. Atualmente é Técnico Administrativo – Assistente Social, na Universidade Federal de Uberlândia/UFU, atuando na Divisão de Apoio ao Estudante, com as Políticas de Assistência Estudantil. Email: nataliabvasconcelos@yahoo.com.br

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