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Sábado,20 de Dezembro

As Forças Armadas nesta hora

Por Manoel Hygino

Jornal O Norte
Publicado em 05/11/2013 às 08:39.Atualizado em 15/11/2021 às 17:14.

Por Manoel Hygino

A existência da espionagem digital do Brasil pelos Estados Unidos não constitui surpresa, pois não é novidade. Também outras nações, principalmente as mais importantes no contexto mundial, vivem a mesma situação. Como ficam as nossas Forças Armadas diante dos fatos revelados e comprovados?

Na “International Review of Military History”, número 89, Manuel Cambases Junior, hoje na reserva da FAB, faz observações valiosas sobre o tema, começando por afirmar que “somos um país guiado por um sentimento de paz. Não abriga nenhuma ambição territorial, não possui litígios em suas fronteiras e, tampouco, inimigos declarados”.

Acrescenta: “Toda ação por ele (Brasil) empreendida nas esferas diplomática e militar busca, sistematicamente, a manutenção da paz. Porém, tem interesses a defender, responsabilidades a assumir, e um papel a desempenhar, no tocante à segurança e defesa, em níveis hemisférico e mundial, em face de sua estatura político-estratégica no concerto das nações. O primeiro objetivo de nossa política de defesa, portanto, deve ser a de assegurar a defesa dos interesses vitais da Nação contra qualquer ameaçam forânea.”

A última afirmação é clara: “Assegurar a defesa dos interesses vitais e os interesses estratégicos.” Mas a observação seguinte alerta para as verdadeiras dimensões da questão: “Não se pode precisar, a priori, fronteira entre os interesses vitais e os interesses estratégicos”, mas “os dois devem ser defendidos com ênfase e determinação”.

Para Cambeses, o papel das Forças Armadas brasileiras para as próximas décadas é “multifacetado e deve estar calcado em amplo debate, cujo resultado deverá ser tão satisfatório quanto maior o desenvolvimento da sociedade. O esboço de qualquer arranjo de defesa, em um estado democrático, para que possa contar com seus recursos, deve estar respaldado por uma base de legitimidade”.


Uma palavra-chave: legitimidade.

“Já antes, registrara imprescindível a fundamental importância do povo – expressão máxima das forças vivas da nação, como verdadeiro esteio das Forças Armadas, quando a elas se une, nelas apoia e com elas se confunde.” Adiante: “É imperioso o esforço para conservar integrados o homem militar e o homem civil, sem discriminação de qualquer natureza, sem privilégios, embora respeitadas suas diversas, mas naturais destinações.”

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