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Segunda-Feira,22 de Dezembro

As ciências em uma nação rica

* Manoel Hygino

Jornal O Norte
Publicado em 29/10/2013 às 08:55.Atualizado em 15/11/2021 às 17:13.

* Manoel Hygino

O brasileiro acompanha com muito natural interesse as informações sobre o programa Mais Médicos, que, aliás, começou a ser cumprido antes de tramitar pelas casas do Congresso Nacional. O fenômeno, contudo, não causa surpresa ou assusta se considerarmos que o país tem funcionado em grande parte por Medidas Provisórias, sob a pusilanimidade do parlamento.

A imprensa, que por enquanto resiste, esclarece com notícias diárias e quentes, que menos da metade dos brasileiros formados em medicina desprezou a oportunidade de exercer o ofício do programa em Minas, um dos Estados maiores e mais ricos. As explicações e justificativas são várias e se enquadram perfeitamente no previsto pelos que conhecem a matéria.

No fundo, parece que o planejamento na formação de médicos vem falhando. No Brasil, o número de profissionais é insuficiente para cobrir toda a dimensão territorial, enquanto em Cuba ocorre o contrário. O resultado não beneficiou nem uma nem outra nação. Durante o período em que Havana pretendia “ajudar” outros povos na América ou da África, estes visando à conquista de independência, médicos, soldados e mais profissionais funcionaram como mercenários, a serviço das finanças de Cuba. Não há menosprezo à sua contratação, mas quem mais se beneficiou com essa “mãozinha” foi incontestavelmente o governo da ilha, abrigo e área de treinamento de pessoas de outras nações, afinadas com as diretrizes dos Castro. Não é segredo. Os próprios historiadores afinados com Havana o confirmam.

O nosso país precisa mais do que dos discípulos de Hipócrates. Falta muito mais, principalmente, estrutura na área de saúde. Se o raciocínio fosse tão simploriamente correto, brevemente adotaríamos o programa Mais Professores, categoria em efervescência na busca de melhores salários e condições de trabalho.

Em setembro, uma caravana de entidades médicas de Pernambuco visitou o agreste e o sertão, em plena crise causada pela seca. A maioria da população só recebe água a cada 15 dias – ou mensalmente. Em Serra Talhada, a merenda é somente angu e leite. Quase um terço dos professores têm pressão alta, resultado do estresse no ambiente do trabalho. Ouvindo pessoas nas ruas, concluiu-se que a metade da população confessava ter sede e fome e querer mudar. Para onde e como?

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