A primeira impressão ao se pensar em “cidade inteligente” é de que se trata de um lugar com tecnologia de ponta e casas com sistema avançado de automação, entre outros elementos. Mas, na verdade, o conceito é bem mais amplo: é onde as redes tradicionais e serviços são feitos de maneira mais eficiente com o uso de soluções digitais para o benefício dos habitantes e dos negócios.

Isto envolve, por exemplo, planejamento e arquitetura, cuidado com o meio ambiente e atenção às pessoas. E é claro que a tecnologia está presente nisto. São quatro pilares que, na minha visão, auxiliam na construção de um mundo melhor. Pode-se pensar: “mas tudo isso não é caro demais?”. Não é. Ser inteligente é ser acessível. A tecnologia é o meio, mas não o fim, para mudar vidas.

Uma das maneiras de se construir uma cidade inteligente é pensar em soluções que valham não só para o presente, mas para o futuro. Posso exemplificar. Há um tipo de pavimentação que, além de contribuir com o escoamento da água da chuva, soluciona outros dois problemas: a diminuição de custos de implementação e manutenção e a redução de ilhas de calor provocadas pela incidência do sol sob o asfalto. É assim com o piso intertravado, que já está sendo bastante utilizado em cidades no mundo inteiro. Eficiência e tecnologia, juntas em prol da população.

Como se nota, cidades inteligentes vão além da Internet das Coisas. Este tipo de tecnologia pode ser utilizado não só para facilitar a vida de moradores, mas também para contribuir com o uso racional de energia elétrica -- o que traz benefícios não só para os consumidores, mas para o meio-ambiente como um todo.

Na minha visão, é impossível pensar em uma cidade inteligente sem levar infraestrutura de alto nível e acessível para todas as pessoas, de todas as classes. São elas que devem desfrutar dos benefícios e, mais importante, devem integrar o processo de construção. Cidades inteligentes são de pessoas e para pessoas. Isto é ser smart.

*CEO da Planet Smart City no Brasil

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