Uso simultâneo de medicamentos: é perigoso?

Iwanna de Paula Furtado Gomes*
03/05/2022 às 00:13.
Atualizado em 03/05/2022 às 10:30

Os medicamentos são itens importantes para aliviar dores e tratar doenças, interferindo diretamente na qualidade de vida das pessoas. Nos últimos anos, o uso de remédios tem aumentado devido ao envelhecimento da população e ao crescimento de doenças crônicas, como diabetes e pressão alta. Com isso, tem se tornado comum o uso de mais de um medicamento em um dia, principalmente por pessoas acima de 60 anos.

A polimedicação, ou seja, o consumo de múltiplos fármacos, pode trazer benefícios, desde que acompanhada por um profissional de saúde. O termo se refere à utilização simultânea de medicamentos diferentes, para tratamentos a longo prazo. A administração deve ser realizada na dose certa, no tempo determinado e nos horários prescritos pelo médico, para não correr o risco de eles interagirem entre si e causarem reações adversas, como diminuição dos efeitos desejados, agravamento do quadro clínico ou, até mesmo, levar a óbito. A combinação com alimentos ou bebidas também pode trazer resultados inesperados.

Quando o paciente vai ao médico, é fundamental que ele relate ao profissional todos os medicamentos dos quais faz uso contínuo. Assim, ele conseguirá fazer uma avaliação mais assertiva sobre o caso e indicar qual remédio a pessoa poderá fazer uso, sem correr riscos de reações adversas em decorrência da interação medicamentosa.

Por isso, é fundamental seguir as orientações do profissional de saúde para a utilização de qualquer medicamento e não se automedicar. Dados do Conselho Federal de Farmácia (CFF), de 2019, indicaram que 77% dos brasileiros fazem uso de medicamentos por conta própria, uma preocupação que se tornou ainda maior durante a pandemia da Covid-19 e do crescente número de casos de gripe, causada pela cepa H3N2. Vale reforçar que o consumo de medicamentos em dosagens mais elevadas e sem orientação pode causar sérios danos ao organismo, como choque anafilático, hepatite tóxica, tonturas, visão turva, dentre outros. 

A automedicação é vista, muitas vezes, como uma solução para o alívio imediato de alguns sintomas, mas é considerada perigosa pois, além de provocar reações com outros medicamentos e alimentos, pode esconder o diagnóstico de alguma doença e agravar uma enfermidade preexistente. 

A combinação otimizada de medicamentos, prescritos pelo profissional de saúde, pode minimizar danos, aumentar a longevidade, melhorar a qualidade de vida e curar. É preciso avaliar cada caso e buscar ajuda de um profissional, pois os fármacos usados de forma correta e racional são aliados da boa saúde.

Lembrando que, antes de ingerir qualquer medicação, é preciso conversar com um profissional para recomendar a melhor forma de administração, bem como informar sobre possíveis interações medicamentosas. Cuidar da saúde é cuidar de você!

*Farmacêutica da Drogarias Pacheco

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