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Um brinde à tradição e ao consumo

Gregório José*
Publicado em 30/12/2024 às 19:00.

Ah, o final de ano... Época em que o comércio se veste de gala, o espírito natalino enfeita as vitrines, e os consumidores desfilam suas listas de desejos como se fossem roteiros de sonhos prontos para serem realizados. Após o frisson da Black Friday, o varejo já mira sua próxima estrela-guia: o Natal e o Réveillon. As luzes piscam, as campanhas brilham, e a pesquisa da Wake Creators vem nos lembrar que, em tempos de fim de ano, comprar também é celebrar.

O Natal, com sua magia atemporal, faz o bolso do consumidor trabalhar tanto quanto o trenó do bom velhinho. Quase um terço dos entrevistados planeja gastar mais de R$ 500 em presentes, com roupas liderando as intenções de compra. Um presente de vestir parece carregar, além do tecido, o carinho de quem oferece e o brilho nos olhos de quem recebe. Perfumes, brinquedos e chocolates vêm logo atrás, como se compusessem um poema doce e perfumado ao consumo natalino.

E quem ganha com isso? Todo mundo. O comércio, claro, mas também as relações. Porque o presente, em sua essência, é só uma desculpa para o encontro, um símbolo de afeto envolto em papel colorido. No Brasil, até as marcas têm sua cadeira cativa à mesa do Natal: Coca-Cola e Sadia, com seus comerciais icônicos e ceias que atravessam gerações, fazem parte do nosso DNA festivo.

Já o Réveillon, esse irmão mais extravagante do Natal, traz na mala mais que intenções de renovação: ele carrega roupas brancas, bebidas borbulhantes e o desejo de começar de novo – de preferência com estilo. Não à toa, 73% dos entrevistados afirmam que vão comprar roupas novas para a virada, enquanto outros brindam a chegada do novo ano com a sofisticação de uma taça de Chandon.

O que essa pesquisa nos mostra não é só um retrato do consumo, mas do que somos como sociedade: um povo que transforma celebração em arte. Seja em um presente de Natal ou em uma festa de Réveillon, estamos sempre buscando traduzir nossos sonhos em gestos, roupas e brindes.

Então, enquanto o comércio se prepara para mais um show, a plateia – nós – já estamos ansiosos para a cena final. Porque o que seria do Natal sem presentes? Ou do Réveillon sem champanhe e promessas? Que venham as festas. Que venham os encontros. E que, ao abrir cada pacote, possamos lembrar que o mais importante sempre foi, e sempre será, quem está ao nosso lado.

*Jornalista/Radialista/Filósofo

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