Selic x finanças familiares

Diogo Angioleti *
Publicado em 23/09/2022 às 00:04.

O Copom manteve a taxa Selic em 13,75% na quarta-feira (21). Só esse ano, aumentou 12 vezes, criando um cenário desafiador para a sociedade. Tudo indica que esse ciclo de alta deva acabar, a taxa será mantida por um tempo e deve iniciar um movimento de queda em meados de 2023. Mas o que isso significa de fato? Quais impactos nas vidas das pessoas e das famílias?

A Selic é referência para diversas taxas no Brasil. É importante lembrar que ela é um instrumento da política monetária, definida pelo Banco Central, utilizada para conter a inflação. Como tudo, o aumento da taxa traz consigo oportunidades e desafios. O lado bom é que os investimentos de renda fixa - como poupança, CDBs e Tesouro Direto, entre outros - passam a ser mais rentáveis. As opções pré-fixadas devem ser bem analisadas e consideradas na hora de compor a carteira de investimentos, já que asseguram “previamente” uma taxa de rendimento maior. O lado desafiador do aumento da taxa é que ela corrige empréstimos e financiamentos, por exemplo, e quando ficam muito altas, dificultam o consumo.

Quando é usada para forçar a baixa da inflação, impacta sobre a economia, tentando esfriar o consumo, forçar empresas a diminuir a produção e tentar escoar estoques, baixando preços.

As classes com menor renda são as que mais sofrem com essas oscilações. Têm menos dinheiro para emergências. Por isso, educação financeira é tão importante. Entender que reservas são fundamentais e saber construí-las pode fazer a diferença em momentos de economia conturbada.

Empreender também fica mais caro e, portanto, mais difícil. A alta da Selic tende a diminuir o apetite de quem pensa em abrir negócio, porque com as taxas altas os financiamentos ficam mais caros. 

Para todas essas situações o grande segredo da boa saúde financeira é começar por um planejamento estruturado e constante, além de manter a calma diante das adversidades. Controlar emoções e viver de acordo com sua realidade, evitando exageros e compensações emocionais no consumo, fazem a diferença. Pensar bem antes de comprar e aproveitar as taxas de juros a seu favor, adiando aquelas compras não tão urgentes e investindo o seu dinheiro de maneira adequada, além de ficar de olho nas movimentações da economia e guardar dinheiro para emergências podem ajudar.

Não é fácil, mas dá para começar. Existem dois momentos essenciais para começar a investir, ontem e hoje. Quanto antes, melhor.

*especialista em finanças e comportamento

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